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Meu roteiro de 2 dias em Santorini: sim, essa ilha grega cabe no seu bolso

Existem lugares que a gente sonha tanto em conhecer que parece que a gente coloca num pedestal de destino intangível que continuará fazendo parte dos nossos sonhos, como se não tivéssemos a opção de realizá-los. As ilhas gregas eram tipo isso para mim. Um desejo distante, caro, exclusivo e que teria que esperar que eu ficasse rica pra virar foto no meu instagram.

Só que aí, nessa minha mudança para morar na Croácia, me deu a louca e eu comprei uma passagem só de ida pra Atenas. E decidi que chegaria à Croácia subindo pelos países que estivessem no meu caminho. E bastou o convite de uma amiga para que duas ilhas gregas fizessem parte desse roteiro. Foi assim que comecei a pesquisar como fazer Santorini e Mykonos caberem no meu orçamento.

santorini grecia-24

Pois bem. Começamos comprando uma passagem da companhia aérea low cost Ryanair de Atenas para Santorini, onde fiquei dois dias (custou uns 50 euros uma perna). Lá me hospedei no Santorini Youth Hostel, na cidade de Thira. Outra boa opção mais procurada pra ficar é Oia, mas lá é mais caro e é onde tem aqueles hoteis estilo lua de mel com piscinas de borda infinita.

O Santorini Youth Hostel tem uma localização ótima, dá pra ir andando até a rua principal de Thira onde tem os barzinhos, restaurantes, agências de turismo, pontos de ônibus e de carro, mercados. Mas o que mais amei lá foi a piscina, super convidativa e charmosa com aquelas flores rosas típicas da Grécia emoldurando o visual das casinhas brancas nos morros. Como eu estava com uma amiga, valeu a pena reservarmos uma tent dorm – é um quartinho para duas pessoas, com paredes de lona. É bem simples, mas tem duas camas, um ventilador pequeno, cadeira. Meu medo era morrer de calor ali, mas, pasmem!, em pleno verão eu senti frio de madrugada. O banheiro compartilhado era bem Ok, super ventilado (até demais), espaçoso, limpeza Ok. A cozinha comunitária era beeem simples e tinha umas mesas para quem quisesse fazer refeições por ali.

Assim era meu quarto.. tipo um iglu
Bar da piscina no Santorini Youth Hostel
Olhem essa piscina do hostel!
Bem cahrmoso…

Aliás, o Santorini Youth Hostel também oferece café da manhã e algumas refeições. Mas achei que saiu mais em conta comprar numa vendinha que tinha ali perto (e onde experimentei meu primeiro iogurte gregoooo!).

Na sequência alugamos um quadriciclo por 30 euros para o período de 24h. Foi uma excelente escolha! Gastamos só uns 5 euros de gasolina e rodamos bastante.

Há muitas praias para conhecer em Santorini (mas as de Mykonos são muiiito mais bonitas). Começamos com as próximas a Thira, pois nossa ideia era curtir Oia no fim do dia. Nossa primeira parada foi Perissa Beach, super agradável e com vários restaurantes charmosos (foi a minha preferida). Regra de ouro para quem está fazendo uma viagem econômica pelas ilhas gregas: leve canga. É caro se sentar nas cadeiras oferecidas pelos restaurantes e, como nossa ideia era rodar várias praias, acabaríamos gastando uma grana. A areia de Perissa é bem escura e muito quente! Chinelo no pé é outra regra aqui. E o mar não tem areia, é todo de pedras escorregadias (cuidado, levei um tombão de bunda no chão quando estava entrando no mar, hahaha).

Perissa Beach: leve sua canga! 😀
A areia escura em contraste com o mar de Perissa Beach
Perissa Beach

De Perissa seguimos para Red Beach. É lindaaaa, mas não tem tanta estrutura, fica lotada e é estreita, por isso não sobra muito espaço para esticar as cangas. Tem uma pequena trilha para chegar até lá. Vi muitas cadeiras de praia de algum bar, mas não vi nenhum garçom. Nos sentamos numa delas, ficamos uma horinha e ninguém veio para nos atender ou cobrar. Estava muito quente lá! E por isso não ficamos tanto tempo nela.

Ao fundo, a trilha para chegar a Red Beach
Red Beach vista de cima
Red Beach, estreitinha, bem quente e com pedrinhas – mas linda e totalmente diferente

Terminado o tour por essas duas praias, seguimos pra Oia com nosso quadriciclo. Chegamos lá umas 16h e o sol ainda estava torrando, teria valido a pena conhecer mais uma praia no caminho e seguir para Oia depois. Mas o lado bom foi que encontramos as ruazinhas de Oia mais vazias porque a galera ainda estava na praia e pudemos rodar bastante com mais tranquilidade enquanto esperávamos o pôr do sol badalado de lá. Eu me sentia tão clichê andando por aquelas ruas, apontando para cada ramo de flores rosas no caminho, embasbacada com aquelas casinhas brancas de cena de filme… Foi um sonho realizado. Santorini respira romance e as opções de excelentes hoteis e restaurantes em Oia saltam aos olhos.

E o pôr do sol é o momento mais aguardado do dia. Vale a pena reservar um bom restaurante com vista ou, se a grana estiver mais curta, chegar uma horinha antes do espetáculo começar para garantir um bom lugar nas sacadas de Oia – foi o que nós fizemos. E junta tanta gente ali, todos se espremendo para um clique bonito, alguns músicos aproveitando a multidão e quebrando o silêncio da natureza com músicas ótimas, pedidos de casamentos, aplausos… E o céu roubando a cena misturando todos os tons quentes. É um privilégio, algo que eu jamais vou esquecer.

Na volta de Oia, comemos ali pelo centrinho de Thira mesmo. Optamos pelo famoso pyta gyros, especialidade local, com uma cerveja grega. No dia seguinte fechamos o passeio ao Volcano, mas achei esse passeio tããão dispensável. Custou 15 euros e ainda tentaram nos  enfiar mais uma visita às piscinas termais (Hot Springs) por apenas mais 3 euros (o preço é tabelado em todas as agências da ilha e não dá pra fazer esses passeios por conta própria). Oi! Piscinas termais naquele calor de 40 graus! E nas fotos vi que a água era marrom. E nos indicaram ir de biquíni velho, porque poderia manchar. Fala sério, achei a maior furada naquele calorzão. Nos livramos dessa!

Para ir ao Volcano tivemos que descer até o porto, muitas escadarias até lá. Atravessamos de barco, pagamos mais 2 euros para entrar no lugar e lá um guia ficava falando sobre o vulcão (para quem não sabe, Santorini é uma ilha vulcânica). O vulcão que visitamos é ativo e tem 8 crateras, mas apenas uma está em atividade. A última erupção dele foi em 1950. Estava um calor do cão e ficamos andando em bando por pedras vermelhas. A dica aqui é ir de tênis, chapéu, usar muito protetor e levar água. Acredito que seja mais tranquilo ir em meias estações, tipo outono ou primavera.

A volta do passeio, depois que o barco atraca no porto, é muitooooo cansativa – é uma escadaria sem fim para subir no sol de 1 da tarde. Recomendo fortemente voltar pelo cable car, que custa 5 euros por pessoa. Não voltem em cima dos burrinhos que fazem o trajeto pelas escadas! Ainda vou fazer um post só sobre isso, mas é revoltante como eles são tratados, e além disso toda a escadaria ficava cheiaaa de cocô deles, era muito nojento – eu estava de havaianas e tinha que ficar desviando daquele monte de bos#%. Sem falar que os burros descem as escadas em bando e correndo. Então imaginem a cena: eu escorada na parede sendo imprensada e tendo que empurrar os burros com minha mão porque eles vinham descendo desembestados e assustados em cima dos turistas. Um horror, foi péssimo! Com certeza a pior parte de Santorini.

Depois desse passeio, tomamos um ferry para Mykonos, onde fiquei três dias e que vou contar num próximo post. Siiiim, a badalada Mykonos também cabe no seu bolso! 😀 Se tiver mais dicas de Santorini, compartilha comigo aqui nos comentários!

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Aaahhh, Santorini…!

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