Quando se fala no Egito, muita gente pensa logo nas pirâmides de Gizé, mas esse país é cheio de lugares incríveis e pouco explorados. Na nossa viagem, depois de ir embora de Cairo e passar alguns dias em Marsa Matrouh, uma praia incrível, fomos parar em Siwa, um oásis no deserto do Saara.
O Oásis de Siwa, Egito, fica localizado a mais ou menos 500 km de distância de Cairo, a capital do país. A viagem direta para lá dura em torno de 12h e é bem cansativa (fizemos a volta direta de Siwa para Cairo).
Por isso, optamos por fazer uma parada estratégica em Marsa Matrouh. Assim, pudemos explorar essa cidade de praia maravilhosa do Egito, e recuperar as energias para seguir para Siwa.
Esse não é um destino muito pensado na hora de criar um roteiro pelo Egito. Mas por experiência própria, posso dizer que vale muito a pena conhecer.
Se você ficou curiosa(o) para saber mais sobre esse oásis em pleno deserto do Saara, acompanhe o artigo e conheça tudo sobre o Oásis de Siwa, Egito!
Siwa Oásis, Egito: informações gerais
A história do Oásis de Siwa é tão antiga quanto a própria civilização egípcia. Durante séculos, o oásis foi um importante centro comercial e de peregrinação para os egípcios, e ainda hoje é um lugar sagrado para os povos da região, a comunidade berbere que vive lá.
Além de seus monumentos históricos, o oásis também é conhecido pela sua produção de azeitona, azeite e tâmaras, bem como pelos seus banhos termais, que são bem populares entre os visitantes.
O Oásis de Siwa é um lugar encantador que oferece uma mistura única de história, cultura e natureza – o lugar perfeito para quem quer escapar do caos das cidades grandes do Egito e mergulhar em uma atmosfera tranquila e serena.
Apesar de ter essa vibe mais tranquila, é possível explorar bastante o oásis e fazer várias atividades e passeios por lá.
O Oásis de Siwa fica a apenas 50 km de distância da fronteira com a Líbia, e por ser em uma zona desértica, pelo caminho, passamos por três paradas para controle militar.
Como chegar em Siwa, oásis no deserto do Saara?
Como mencionado, a viagem da capital, Cairo, para Siwa é bem longa e cansativa. Por isso, optamos por fazer uma parada entre Cairo e Siwa: Marsa Matrouh.
Fizemos isso justamente para tornar a viagem menos cansativa e conhecer outro lugar pouco explorado do Egito.
Entretanto, se você não tem tempo para fazer o roteiro que fizemos, é possível chegar em Siwa diretamente de Cairo.
Na minha experiência, saímos de ônibus de Cairo (170 EGP) até Marsa Matrouh. A viagem deveria durar 6h, mas no final, durou umas 7h por conta dos atrasos e paradas.
Depois de uns dias em Marsa Matrouh, seguimos para Siwa. Dessa vez, pegamos uma minivan que nos recomendaram e pagamos 70 EGP. A viagem durou cerca de 4h.
Foi nesse trecho que tivemos que parar em três controles militares por conta da fronteira com a Líbia.
A volta para o Cairo foi direta, com o ônibus da Delta que custou 275 EGP e durou cerca de 12h a viagem toda. Nesta rota, também paramos em três checkpoints militares e em um deles ainda tivemos que descer e abrir nossas mochilas.
No geral, achei as viagens bem desconfortáveis, tanto com o ônibus quanto com a van.
Além disso, não conseguimos comprar as passagens online, somente na hora no guichê presencialmente, o que pode dificultar a logística.
Mesmo assim, achei que valia a pena mencionar aqui no artigo para vocês já ficarem cientes de como as coisas funcionam por aqui.
Onde ficar em Siwa?
Como sempre, hospedagem é um aspecto importante da viagem, por isso acho válido compartilhar o lugar que escolhemos para ficar.
Na nossa estadia no Oásis de Siwa, ficamos hospedados no Forest Camp Siwa, a acomodação mais em conta da região. No geral, o local era bem simples, mas pelo preço, achei que valeu a pena.
Pagamos 12 EUR a diária em quarto privado para duas pessoas. Porém, o banheiro era compartilhado.
O quarto em si era pequeno e com chão de areia, assim como todo o hostel, exceto o banheiro.
O local não tem aquecedor, e sendo inverno, as temperaturas tendem a cair. Entretanto, existe a possibilidade de pedir coberta extra.
Nós adoramos o local, tem uma decoração linda e uma vibe bem acolhedora e autêntica – o hostel fica em meio a uma floresta de tâmaras.
Além disso, o dono da acomodação, Naggar, foi super solícito e organizou os passeios para nós.
Uma informação para as mulheres: esse hostel fica a uns dez minutos de caminhada do centro da cidade por um caminho sem iluminação.
Mesmo assim, não me senti insegura, nem lá, nem na cidade no geral. Caso queira evitar, há muitos tuk tuks disponíveis que você pode pegar – essa é a forma mais fácil de se locomover pela cidade.
O que fazer em Siwa, Egito?
Esse oásis no deserto do Saara oferece muitas atrações interessantes que você pode fazer, tanto de forma independente, quanto com passeios organizados. Eu fiz um pouco dos dois.
A seguir, veja uma lista das principais atrações e o que fazer no Oásis de Siwa, Egito!
Atrações para explorar por conta própria
Aqui estão algumas sugestões de lugares que você pode conhecer por conta própria (como eu fiz), sem necessariamente precisar de um guia.
Muitas pessoas alugam bicicletas para conhecer esses lugares. Eu não aluguei, mas procurei saber os preços, e a média é de 30 EGP por hora e 120 EGP por dia.
Confira!
Mountains of the Dead (Tumbas)
Mountains of the Dead (Montanha dos Mortos, em tradução livre) é um cemitério antigo localizado no Oásis de Siwa.
A montanha fica no topo de uma colina e é composta por uma série de túmulos escavados na rocha, alguns dos quais datam da época faraônica.
Lá estão diversos túmulos importantes com inscrições e imagens que retratam a vida dos antigos habitantes do oásis.
Entre eles, a tumba da deusa Ísis e a tumba de Si Amun, um cidadão comum que construiu uma tumba para si mesmo neste local dedicado a figuras importantes da história e da região.
A entrada custou 50 EGP e quando fui, só tinha eu de turista, então, eles basicamente abriram as tumbas só para mim.
Templo de Amon
O Templo de Amon também é outro ponto de interesse em Siwa. O local é conhecido também como o Oráculo de Siwa por ser um lugar dedicado ao deus egípcio Amon.
Outra característica que torna esse local conhecido é a suposta ida de Alexandre, o Grande, para se consultar com o oráculo após sua vitória contra os Persas e de certa forma “legitimar” seu poder entre o povo egípcio.
Após a consulta, Alexandre, o Grande, além de ser chamado de filho de Zeus, passou a ser considerado também como filho de Amon.
O local fica um pouco distante da cidade de Siwa, e a entrada custou 50 EGP. Particularmente, eu achei que não valeu muito a pena ir sozinha, pois não sabia quase nada da história e o local não oferece muitas explicações sobre a história do templo. Talvez com um guia seria mais interessante.
Fortaleza Shali
Vale muito a pena conhecer a Fortaleza de Shali. A entrada é gratuita e fica localizada na cidade de Siwa.
A Fortaleza de Shali foi construída no século XIII como uma fortaleza para proteger o oásis dos ataques dos invasores. O local fica no topo de uma colina e é composta por uma série de torres e muralhas que cercam a cidade.
Esse é um dos pontos mais conhecidos de Siwa. A ideia é passear pela fortaleza e conhecer ao redor.
Dica extra: vá ao final do dia para ver o pôr do sol do topo da Fortaleza, vale super a pena!
Cleopatra Bath
Cleopatra Bath são piscinas de águas termais localizadas dentro da cidade de Siwa. O lugar é bastante frequentado pelos locais e eles inclusive se banham na piscina.
O lugar leva esse nome pois acredita-se que Cleópatra frequentou o local para se banhar nas águas termais. No entanto, não há fatos que comprovem essa informação.
Nos dias de hoje, construíram vários cafés fofinhos ao redor das piscinas, então os turistas geralmente vão para se sentar em um desses cafés e observar a vida passar.
Eu gostei da experiência, apesar de não ter me sentido à vontade para nadar, e recomendo a ida! A entrada é gratuita.
Passeios organizados em Siwa, Egito
Já os passeios pagos que fizemos, foram todos organizados pelo dono do hostel que ficamos, o Forest Camp Siwa.
O Naggar foi super solícito e sugeriu roteiros não tão engessados, o que foi incrível e valeu super a pena. Uma sugestão frequente dele era ir à hot spring, nós fomos só um dia e gostamos bastante. É muito relaxante!
No nosso roteiro, ficou faltando dormir uma noite no deserto. Nós desistimos desse plano, pois soubemos que seria muito frio. Mesmo assim, adorei a rota que fizemos em Siwa, tanto por conta própria quanto com nosso guia.
Dia 1: Pôr do sol na fortaleza + Jantar + Hot Spring no Hayaat Siwa Hot Spring
No primeiro dia, o plano era ir para o deserto assistir o pôr do sol de lá, mas como estava tarde, assistimos na fortaleza.
Em seguida, fomos jantar em um hotel super charmoso chamado Hayaat Siwa Hot Spring, que fica perto de algumas dunas. Comi um prato vegetariano lá.
Depois pudemos desfrutar de uma hot spring, um lugar novinho, récem inaugurado, com água termal. Éramos os únicos lá à noite e foi uma experiência bem exclusiva.
O valor do tour completo foi de 150 EGP por pessoa (eu e Guto éramos os únicos pagantes). A duração total do passeio foi de 6h (das 16:30 até umas 22:30).
Dia 2: Pôr do Sol no lago Siwa + chá e pedalinho
A ideia desse passeio era ir até as Fatnas Island, uma ilha muito conhecida da região, para assistir ao pôr do sol.
Porém, nosso guia, Naggar sugeriu que fossemos em um local mais exclusivo, à beira do lago Siwa. Concordamos e foi uma decisão muito acertada!
Lá andamos de pedalinho e desfrutamos de um chá em um café na beira do lago Siwa. De lá era possível avistar a ilha de Fatnas e o pôr do sol foi incrível!
Fomos com um casal brasileiro que conhecemos e custou 100 EGP por pessoa. O passeio foi das 15h30 às 18h.
Dia 3: Salt Lake + hot spring com chá no hotel do deserto + pôr do sol nas dunas
Um dos passeios que eu mais queria fazer nessa região era esse e valeu muito a pena. Inclusive, foi uma imagem das Salt Lakes que me fez adicionar Siwa ao nosso roteiro pelo Egito.
Novamente, fomos com o casal de brasileiros que conhecemos e o passeio foi das 12h às 19h, custando 150 EGP por pessoa.
As Salt Lakes são lagoas com alta concentração de sal. Tão alta que é impossível afundar (semelhantes às do deserto do Atacama). As águas são em um tom de azul turquesa incrível.
Uma coisa que quebrou minha expectativa é que as várias lagoas ficam em meio a obras de exploração, com diversos tratores no entorno, já que eles extraem sal para exportar.
Eu imaginava que seriam lagoas inóspitas, como as do Atacama. Mas ainda assim valeu muito a pena! Não só pela experiência de entrar nas lagoas, mas pela beleza delas.
De lá, fomos de biquíni mesmo em cima do tuk tuk até o lugar onde jantamos no primeiro dia para assistir o pôr do sol nas dunas, o Hayaat Siwa Hot Spring. E o melhor: lá tem duas piscinas termais!
Não são tão quentinhas como a outra que conhecemos, mas foi uma experiência maravilhosa tirar o sal do corpo naquela piscina natural.
Tomamos um chá e ficamos por ali curtindo. Depois, subimos as dunas para ver o pôr do sol, que foi mágico. Os entardeceres no deserto são únicos!
Dicas extras:
- Leve água mineral tanto para beber quanto para tirar o resto de sal do corpo
- Passe protetor solar antes de sair do hostel
- Evite vestir suas roupas se ainda tiver sal no corpo
Onde comer no Oásis de Siwa, Egito?
O Oásis de Siwa é bastante conhecido pelas palmeiras de tâmaras e oliveiras. Inclusive, eu realizei o sonho de comer tâmara do pé e foi sensacional!
Além disso, eu amei a culinária local e tenho vários restaurantes e algumas comidas para recomendar, pega essas dicas:
- Ola Restaurante: fui lá duas vezes e amei! Experimente o prato Atsho (tem op
- cão vegetariana) e a casserola de legumes. Maravilhosos e muito bem servidos (custa acerca de 60EGP cada prato)
- Ana Maria: restaurante de uma brasileira que vive lá. Vende até coxinha!
- Beda Café: ótimo lugar para passar o tempo e observar o cotidiano.
- Comida de rua: optamos bastante por comer comida de rua. Tudo era sempre fresco, barato e gostoso.
- Siwan juice: é um suco típico da região, feito com tâmaras. É super nutritivo e pode-se misturar com outras bebidas como leite e café. O que eu mais gostei foi no Amazigh Cafe.
- Molokhya: um prato típico da região feito com a folha de uva e geralmente carnes e servido com arroz. Eu comi uma versão vegetariana.
- Siwa Scent: é uma lojinha que fica na entrada da fortaleza. Comprei uma geleia de azeitona (doce!) lá e amei, fiquei surpresa com o sabor.
Vale a pena visitar o Siwa Oásis, Egito?
Adicionar Siwa no nosso roteiro pelo Egito foi definitivamente uma decisão acertada. Nós amamos a experiência principalmente por ser um lugar tão exclusivo e peculiar, que sai dos rotas clássicas que costumamos ver sobre o Egito.
Então sim, eu super recomendo a visita a Siwa, o Oásis no meio do deserto do Saara!
Espero que essas dicas tenham ajudado você a criar um roteiro legal e que você possa descobrir e desfrutar deste paraíso tanto quanto eu!
E se tiver gostando dos conteúdos, continue acompanhando as novidades por aqui, que ainda tenho muitas dicas para compartilhar!