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Bled, a cidade mais romântica da Eslovênia – e entre as mais da Europa

Nessa última viagem de cinco dias que fiz pela Eslovênia, Bled era, definitivamente, a que eu mais estava esperando conhecer. Seu lago, com uma pequena ilha no meio, onde há uma Igreja, e cercado pelos Alpes Julianos, fazia parte do meu imaginário. Já havia visto várias fotos. Mas essa cidade foi muito mais que eu esperei (mais que eu sonhava, baby). Ela tem um ar romântico, em especial porque fui numa época de baixa temporada, então todo o entorno do Lago de Bled era praticamente só meu.

Da para passear com calma, parar, tirar fotos, admirar. Me sentei à beira do lago algumas vezes só deixando o tempo passar. E foi assim que mais curti Bled! Veja abaixo como foi o meu roteiro de dois dias por lá.

O QUE FAZER EM BLED

Cheguei a Bled de manhã vindo de Maribor. Para fazer esse trajeto, tomei  um ônibus para Liubliana (passagem: 11,40 euros com a Alpetour) e depois de lá para Bled (passagem: 6,30 euros com a Murska Sobota). Por volta de 10h da manhã eu já estava no meu hotel. Fiz check in e saí para aproveitar o lindo dia de sol que me esperava – totalmente diferente do que dizia a previsão do tempo. Nessa época do ano tudo fica mais nublado, o que deixa algumas paisagens menos bonitas (não dá para usar a palavra feia aqui quando se fala de Bled). E o recepcionista do hotel me contou que, sim, as últimas semanas haviam sido de muitas nuvens e pouco sol. Que sorte! O dia estava demais.

Meu primeiro destino foi dar uma volta inteira no Lago Bled. Seu entorno tem cerca de 6km de extensão, mas você vai caminhando devagarzinho, parando para tirar fotos, para apreciar a paisagem, se admirar com os Alpes Julianos. E nem percebe a distância.

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No meio do caminho haverá uma trilha que te leva ao Castelo de Bled. São mais ou menos 15 minutos de subida, com vários banquinhos pelo caminho para quem quiser descansar. A outra opção é ir de taxi, mas custa 15 euros (os táxis são absurdamente caros em Bled, mesmo na baixa temporada!). Eu subi andando, para tentar apreciar a vista de lá de cima. Mas a essa hora o tempo já havia mudado e não estava mais tão ensolarado, então não rendeu as fotos que eu esperava. A entrada no castelo custa 10 euros.

Descendo de volta para o Lago Bled, ao invés de seguir para sua margem, peguei uma ruazinha à esquerda e me deparei com alguns restaurantezinhos, pizzarias, cafeterias. Aproveitei que já estava com um pouco de fome e consultei no Foursquare qual teria um custo benefício legal para eu parar e almoçar (há WiFi gratuito em vários pontos de Bled). Acabei optando pelo Goldina Murka – era um dos poucos abertos naquele Dezembro frio, e foi uma excelente escolha. Estava bem movimentado, e pedi uma sopa de cevada com carne seca, que o cardápio dizia ser tradicional da região. Estava uma de-lí-cia! E o restaurante é muito charmoso, reparem na foto a jarra em que eles servem água. Indico demais pararem para uma boquinha por ali. Minha sopa custou 4,50 euros – a água não é cobrada.

Saindo do restaurante, retornei para as margens do lago a fim de completar a minha volta. Chegando próximo à estação Mlino, vi que ia sair um barco que levava à ilhazinha no meio do lago, onde ficam uma Igreja e uma torre. A única maneira de chegar lá é de barco, e você pode optar pelo coletivo ou um particular (há vários pontos de saídas de barcos em volta do lago, sendo que: a Mlino é a mais movimentada, e mais fácil de encontrar barcos saindo na baixa temporada, e a Zaka é a que tem a distância mais curta entre a margem e a ilha). O coletivo custa 12 euros o trajeto de ida e volta por pessoa e só sai se houver no mínimo duas pessoas. O particular comporta até duas pessoas e custa entre 10 e 15 euros a hora – vi placas com vários preços enquanto andava em volta do lago.

Como eu estava sozinha e não quis me arriscar remando pela primeira vez num barquinho sem ninguém pra me ajudar, peguei o barco coletivo e fui para a ilhazinha. Mas, como dizer isso, não curti. Não que tenha sido ruim, óbvio que não! Mas não caí de amores como eu esperava. A travessia não leva mais que dez minutos e a ilha é fofinha. Mas só. Em quatro minutos eu dei a volta na ilha inteira e, sinceridade, a vista que se tem dela a partir do outro lado do lago é muito mais bonita. Ir à ilha vale a pena se você quiser entrar na Igreja e subir na torre que dá uma vista bonita da cidade (mas tem que pagar mais 6 euros). Lá também tem uma cafeteria, onde experimentei uma deliciosa torta típica chamada Patica (3,60 euros a fatia), e uma lojinha de souvenirs. E só. Acho que eu teria curtido muiiito mais se tivesse alugado o barquinho por conta própria apenas para passear e curtir o lago (tipo a gente faz com o pedalinho da Lagoa, no Rio, sabe). Acho que essa é a graça da coisa, curtir o lago com calma, no maior clima romântico – e não pegar um barco coletivo, ir à ilha, ficar 20 minutos (que é o tempo estipulado pelo barqueiro) e voltar. Faça sim esse passeio, mas vá por conta própria, no seu barco particular, e curta do seu jeito e no seu tempo 🙂 Sai até mais barato!

De lá fui para meu hotel descansar. E à noite saí para dar uma volta pelo centrinho de Bled, mas estava beeeem morto. Tinha até uns mercadinhos de Natal, mas já estavam fechando às 21h. Baixa temporada tem dessas coisas, por um lado o Lago Bled é todo seu, por outro à noite a cidade morre. Comi um sanduba em uma lanchonete que encontrei aberta e comprei a torta típica da cidade para experimentar, a Kremsnita, no restaurante do Sava Hotels, o único no mundo certificado por utilizar a receita tradicional de 1953 para fazer o doce. Uma delícia! Eu já tinha experimentado dela em Samobor, na Croácia, onde ela também é tradicional.

Ah, uma observação: Bled vira um breu à noite! Em algumas partes não há luz nenhuma, você anda usando o celular para iluminar o caminho. Cheguei a ver algumas pessoas com lanternas. Mas não se preocupe, a Eslovênia é um país absolutamente seguro.

No dia seguinte, acordei com calma, dei mais uma volta pelo lago e depois fui até um vilarejo vizinho chamado Radovljica para conhece-lo (fui de ônibus e a passagem custou 1,30 euros cada perna). Lá é fofinho, beeem pequeno, mas vá sem muitas expectativas. Observe a arquitetura de lá, ande pela rua fechada apenas para pedestres, tome um café, visite a Igreja. E, se der, pare no Lectar Museum, restaurante aberto em 1822 e onde você pode aprender a fazer um ginger bread e ainda colocar o seu nome. Custa 12 euros o tour por pessoa, e é recomendável reservar antes. Outra parada pode ser na Sivec House, considerada um dos melhores exemplos da arquitetura medieval da Eslovênia, erguida no século 16.

Na volta a Bled, aproveitei para conhecer o centrinho da cidade, onde há várias lojinhas e um movimento maior de comércio. E depois almocei no restaurante Mlino Penzion, que havia sido bem recomendado tanto no Foursquare como no Guia Lonely Planet – e era o único aberto próximo ao meu hotel. Comi uma massa com trufas deliciosa, que custou 8,90 euros. Dei uma última volta no lago e à noite fui para Bovec, para conhecer o Triglav National Park e o Rio Soca.

Lugares que também indico conhecer e que são bem próximos a Bled: Vintgar Gorge (estava fechado quando fui, por ser quase Inverno e o chão ficar muito escorregadio e perigoso) e Bohinj.

ONDE FICAR EM BLED

O ideal é se hospedar bem próximo ao Lago Bled, pois tudo o que se faz é ali no entorno. Eu fiquei no Hotel Vila Bled e achei sensacional. Ele fica bem à beira do lago e meu quarto tinha uma varanda com vista para as montanhas dos Alpes Julianos, para o lago, para a ilha, para o castelo. Um luxo! Além disso, o quarto era bastante espaçoso (apesar de eles terem dito que não era o maior).

O serviço é muito atencioso e eles contam com excelente wellness center. E no café da manhã tem até Kremsnica, a torta típica de Bled. Recomendadíssimo! Está entre os melhores hotéis da cidade.

Para fazer sua reserva no Vila Bled, clique aqui.

Para pesquisar hospedagens em Bled, clique aqui.

O QUE COMER EM BLED

Já deu para perceber que o forte por lá são os doces, né. Portanto, não deixe de experimentar as tortas Potica (uma torta menos doce e a tradicional é feita com nozes, ainda mais fácil de encontrar próximo ao Natal) e a tal da Kremsnita – uma torta feita com uma fina camada de massa folhada e recheada com creme de baunilha e chantilly.

QUANTO CUSTA VIAJAR PARA BLED

Bled é cariiiiinho. Talvez porque seja a cidade mais turística da Eslovênia.

– diária em hotel 4 estrelas: cerca de 90 euros

– taxi: 15 euros para uma distância de cerca de 2 km (preço fixo)

– transporte público: 1,30 euros

– uma fatia de torta: 3,60 euros

– 1 sanduíche: 5 euros

Leia mais sobre a Eslovênia aqui:

Roteiro na Eslovênia: Maribor x Bled x Bovec x Postojna x Liubliana

Dicas do que fazer em Maribor, a segunda maior cidade da Eslovênia

Atenção, leitor: Viajei para a Eslovênia com apoio do Slovenian Tourism Board, o departamento de turismo do país, que me apoiou com acomodação nas quatro cidades que visitei.

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