Ícone do site Fui Gostei Contei

O que é o Mal de Altitude, ou soroche, e como evitar

Uma das maiores preocupações de quem vai viajar para alguns dos principais destinos na América do Sul é o mal estar provocado no organismo por estar em uma região muito elevada em relação ao nível do mar. Isto é, o famoso mal de altitude, também conhecido como soroche ou mal da montanha.

Se você tem viagem marcada para cidades como La Paz, a 3.640m, ou Cusco, a 3.400m (Machu Picchu, por incrível que pareça, está mais baixo, a 2.430m), é bom prestar atenção nessas dicas. Agora, se o destino for na região do Altiplano, como San Pedro de Atacama ou Salar de Uyuni, onde a altitude pode variar de 3 a mais de 5 mil metros, vale ter esse post salvo e seguir cada uma das recomendações à risca. Caso a ideia seja fazer trekkings e caminhadas, o cuidado deve ser redobrado com uma boa aclimatação.

Quer ajuda com seus passeios no Chile? Solicite seu orçamento clicando aqui! Atendimento personalizado em português por WhatsApp ou e-mail e uma equipe especializada nos passeios do Atacama, do Salar de Uyuni e de Santiago!

O que é o soroche?

O mal de altitude, ou soroche, nada mais é do que um distúrbio causado pela falta de oxigênio no nosso organismo, uma condição chamada hipóxia, por causa de altitudes elevadas. Ao nível do mar, o ar é denso, mas à medida que subimos, menor é a pressão atmosférica e, consequentemente, a concentração de oxigênio.

Nessa situação, o pulmão, por mais cheio que esteja, não consegue a quantidade necessária de oxigênio para manter todas as funções corporais. A respiração, então, se torna mais rápida e ofegante, causando um aumento na acidez do sangue. O coração, para compensar, tenta bombear mais sangue para os tecidos, o que leva ao aumento da frequência cardíaca.

O cérebro, que não pode ficar sem oxigênio, consome até 20% do total desse gás no corpo. Com tantas deficiências de oxigenação, o sistema digestivo deixa de ser prioritário. Assim, como você pode imaginar, tudo isso naturalmente desacelera o metabolismo.

Normalmente, o mal de altitude começa atingir pessoas a partir dos 3.400m de altura — abaixo disso, é difícil alguém manifestar sintomas significativos. No geral, a cada 100m que subimos em relação ao nível do mar, diminui 1% da concentração de oxigênio no ar. Ou seja, quando você sobe a 5 mil metros de altitude, o seu organismo está trabalhando com metade do oxigênio ao qual está acostumado.

Quais são os sintomas do mal de altitude?

É difícil prever com exatidão como o corpo vai reagir à falta de oxigênio: os sintomas podem se manifestar de formas distintas para cada pessoa. Os principais sintomas são:

Em casos avançados, é possível observar cianose, uma coloração azulada nas extremidades do corpo, como pés e mãos. A pessoa pode ser acometida pela perda da coordenação motora ou da fala, alterações visuais e alucinações. O mal de altitude agudo pode evoluir para edemas cerebrais ou pulmonares, ambos potencialmente fatais.

Mas calma! Isso são casos extremos, de longa exposição a altitudes elevadíssimas e sem uma aclimatação apropriada. Certamente não é o caso de um passeio aos gêiseres no Atacama.

O que fazer para tratar o mal de altitude?

Em suma a maioria dos sintomas do mal de altitude (soroche) desaparece naturalmente um ou dois dias depois. Como uma leve dor de cabeça costuma ser a primeira a se manifestar, pode ser uma boa ideia ter consigo ácido acetilsalicílico, ibuprofeno ou algum remédio do tipo.

Outra alternativa é utilizar a sabedoria e o conhecimento ancestral a seu favor. Ao longo de toda a Cordilheira dos Andes, a folha de coca é utilizada para prevenir e tratar esse mal estar. Seja no preparo de um chá ou ao mastigar a própria folha, o princípio ativo atenua imediatamente os efeitos do mal de altitude. Menos conhecida, a chachacoma é outra erva local com os mesmos resultados.

Como evitar o soroche?

Se, por um lado, cada organismo é um organismo, por outro lado a lista de cuidados é a mesma para todos. Confira a seguir o que fazer para se prevenir do soroche, ou mal de altitude.

Beba muita água. A regra número 1 para se aclimatar à altitude é manter o seu corpo hidratado. Isso significa beber até o dobro de água que ingerimos diariamente, de 4 a 6 litros. Observe a sua urina – quanto mais clara, translúcida, melhor.

Respire profunda e calmamente. Inspirar e expirar mais rapidamente que o normal não vai aumentar a concentração de oxigênio no ar. Mantenha a calma e procure respirar o mais normalmente possível. Se você estiver ofegante, uma dica para relaxar é tentar coordenar os seus batimentos cardíacos a uma respiração mais lenta.

Evite movimentos bruscos. Quem nunca se levantou rápido demais e sentiu uma leve tontura? Agora imagine isso potencializado pela altitude! O melhor é se mover com calma, não mudar de direção subitamente, dar passos curtos e sem pressa. Até porque você tá de férias, né?

Evite comidas pesadas. Na altitude, a digestão pode ser comprometida. Se você mandar ver naquele lomo a lo pobre (não sabe o que é? então confira os pratos típicos da gastronomia chilena!) ou qualquer outra comida muito pesada e gordurosa, o seu corpo vai se manifestar. Pegue leve e coma moderadamente. O ideal é se alimentar com carboidratos, como por exemplo um bom prato de massa.

Evite tomar álcool.  Uma bebida alcoólica consumida em um local muito elevado parece ter o dobro do efeito que ao nível do mar. E antes que alguém veja isso como positivo, já avisamos que a ressaca também é potencializada pela altitude… O álcool, como sabemos, desidrata o corpo rapidinho. E você deve lembrar da regra número 1, né?

E, principalmente, considere o tempo de aclimatação no seu roteiro. Eu sei, eu sei. São poucos dias de férias e o que a gente menos quer perder é tempo. Mas nesse caso, é importante para a sua saúde reservar o primeiro dia para descansar. Comece o roteiro por altitudes mais baixas e atividades mais tranquilas, enfim, sem tanto esforço físico. Vá subindo aos poucos para garantir ao seu organismo o tempo de adaptar-se.

Chegou até aqui? As dicas que compartilhei foram úteis para você? Esse conteúdo foi produzido sem patrocínios, com investimento do meu bolso, e trago gratuitamente para ajudar na sua viagem. Se você curtiu o meu trabalho e gostaria de colaborar para que eu possa continuar produzindo artigos completos e úteis como esse, deixo minha chave pix para você ficar à vontade em contribuir voluntariamente com o valor que quiser. Apoie produtores independentes! Obrigada pelo carinho de sempre.

Minha chave pix: contato@fuigosteicontei.com.br

Gostou das nossas dicas? Tem uma também? Compartilha nos comentários!

Sair da versão mobile