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Minha vida como uma nômade digital – um relato sincero

nômade digital com trabalho remoto na praia

Minha vida como uma nômade digital – um relato sincero

Você também sonha em ser um nômade digital? Em breve vou completar 8 anos vivendo sem residência fixa e levando tudo o que eu preciso em uma mochila que geralmente pesa no máximo 12kg. O estilo de vida como nômade digital enche os olhos, e eu confesso que sonhava em viver assim numa época que nem tinha muitas referências e mal sabia por onde começar.

E, na verdade, comecei lá em 2015 apenas me arriscando no nomadismo – sem o complemento do “digital”. Fazia alguns freelas como jornalista ou trabalhos temporários em outros países para levantar um dinheiro vivendo uma experiência diferente. E assim segui por quase dois anos.

Até que comecei a fazer dinheiro com meu blog, abri uma agência de turismo online, comecei a dar consultorias de viagem. E aí fui entendendo que existe uma infinidade de possibilidades para trabalhar usando apenas internet de qualquer lugar do mundo. Mas, como tudo que é novo, traz seus desafios. E é sobre isso que vou falar hoje.

Vamos começar entendendo se esse estilo de vida é mesmo para você?

Nômade digital e trabalho remoto: prós e contras

Eu sou dessas que ama o estilo de vida que tem, mas busca ao máximo afastar essa romantização de “trabalhe da praia” ou “trabalhe com o que ama e você jamais precisará trabalhar na vida”.

A vida real é bem diferente disso, viu? Levar o computador para a praia é um caos – entra areia no teclado, a luz do sol não te permite enxergar a tela, se estiver calor você vai suar e pode danificar o equipamento. Eu amo trabalhar de biquíni e bem à vontade (como na foto de capa desse artigo), mas na sombra, sentada numa mesa e sem areia grudando nos dedos.

Já a segunda ideia de que você nem vai sentir que está trabalhando… Não sei se precisaria explicar, mas trabalho é trabalho, né? Ainda mais quando você está lidando com circunstâncias bem diferentes de um trabalho em lugar físico e com rotina.

Repito: amo viver o nomadismo digital. Mas gosto sempre de alinhar expectativas – inclusive porque não é todo mundo que se adapta. Vamos falar sobre as vantagens e, principalmente, as desvantagens desse estilo de vida?

Trabalho remoto: quais as vantagens?

O mundo é seu escritório

O mais óbvio, que eu sei que você concorda, é literalmente trabalhar de qualquer lugar. Isso para mim não tem preço. Ao invés de só viajar nas férias, eu viajo trabalhando e maximizo minhas experiências pelo mundo.

Pode ser muito mais imersivo

Sem falar que nas viagens de férias normalmente temos um contato mais superficial com as pessoas e os lugares onde passamos. Já no nomadismo digital é possível viver a rotina de um novo país. Geralmente não pulamos de um ponto turístico pro outro, já que precisamos viajar mais devagar para conciliar o trabalho com a vida pessoal em um novo destino. E temos a oportunidade de aprofundar relações com as pessoas que cruzam nosso caminho.

As oportunidades se ampliam

Além disso, o acesso fácil à internet abre um leque enorme de opções. Se antes ficávamos “presos” às opções de trabalho presencial em nossa cidade ou, quem sabe, na cidade vizinha; agora podemos trabalhar para empresas que estão em outro país, ou até mesmo iniciar um negócio próprio com baixo investimento (não precisa alugar um espaço comercial, pagar conta de luz, comprar mobília, basta ter um celular ou computador e boa internet).

Eu brinco que levo o escritório na mochila de ataque – e é verdade! Com um computador, meu celular, um fone, eletricidade e Wi-Fi eu faço meu trabalho de qualquer lugar. Uau! Quer vantagem maior que essa?!

Trabalho remoto: quais as desvantagens?

Para começo de conversa, te pergunto: você consegue se organizar bem com suas demandas de trabalho, sem necessariamente seguir um horário fixo? Claro que existem muitos tipos de trabalho remoto, sendo que em alguns você tem uma carga horária a cumprir.

Mas a maioria dos que eu vejo exigem uma organização própria. E isso inclui tantas variáveis que só um nômade conseguiria entender. Vou pontuar a seguir um a um os desafios que encontrei nos últimos 8 anos.

Fuso horário

Se você, por exemplo, responde a uma empresa ou a alguém que está no Brasil. Mas está viajando, por exemplo, pela Ásia. Vai precisar se adaptar bastante. Pois quando no Brasil for de dia, lá vai ser à noite.

Então pensar sua rota de viagem considerando os horários em que precisa estar online e disponível é muito importante. Claro que isso pode ser contornado – viajando pela América do Sul, por exemplo. Mas precisa ser levado em consideração.

Boa internet

Nesse momento estou escrevendo desde San Pedro de Atacama, um povoado de menos de 10.000 habitantes no coração do Deserto do Atacama, Chile. Encontrar um bom Wi-Fi aqui é um problema. No geral, em hotéis e restaurantes o sinal é lento e dificulta a vida de nômades digitais. Passei pela mesma situação quando viajei um mês pelo Egito há umas semanas atrás.

Claro que quase sempre existem alternativas. Eu, por exemplo, não conto com Wi-Fi. Sempre que possível tenho um chip local com internet, de preferência, ilimitada.

Pesquise que países ou regiões oferecem bom sinal de internet se você não pode de nenhuma maneira ficar desconectado.

Comodidade

Algo que quase não se fala é sobre a dificuldade de ter um ambiente propício e confortável para qualidade de vida trabalhando desde qualquer lugar no mundo. O que você observa quando está pesquisando uma hospedagem? Se a cama parece boa, como é o banheiro, se tem café da manhã?

A primeira coisa que meus olhos buscam é se tem mesa e cadeira no quarto. Se sim, são confortáveis? Se não, tem uma área comum onde posso trabalhar com conforto?

As prioridades mudam quando você precisa improvisar seu próprio escritório. E nem todo mundo consegue trabalhar de qualquer lugar. Olha nessas fotos aqui embaixo alguns dos lugares onde já precisei improvisar e trabalhar. Te pergunto: você conseguiria fazer o mesmo?

“Trabalhe de qualquer lugar”

No discurso é lindo pensar que você vai trabalhar de qualquer lugar. Mas precisa ter muita organização, viu? Muitas vezes me vejo só querendo curtir uma trilha ou bater papo com as pessoas que acabei de conhecer no hostel, mas tendo que responder emails, escrever textos, editar vídeos.

Então saiba que vai ser natural ter pessoas à sua volta de férias, enquanto você vai ter compromissos para cumprir.

Saúde

Sempre me perguntam como eu faço para cuidar da minha saúde viajando tanto. Como faço meus exames de sangue (rotineiros e que preciso repetir a cada 3 meses?). E se tenho uma emergência, a quem posso recorrer. E se precisar de uma consulta médica, como me comunicar em outra língua.

Óbvio que isso é outra complexidade de ser um nômade – e falo isso com propriedade porque já estive nos últimos 8 anos em hospitais na Rússia, na Costa Rica, na França, no Chile, no Peru, em Israel. Eu viajo sempre com seguro viagem, mas sempre encontrava uma dificuldade com isso, pois a maioria dos que conheço exige que você compre o seguro apenas se estiver começando a viagem desde o seu país de “residência” (ou te cobram uma taxa extra caso você já esteja em viagem).

Seguro viagem para nômade digital

Faz mais de um ano que descobri e comecei a testar o seguro viagem da SafetyWing, que é direcionado a nômades digitais, e traz infinitas facilidades. Para mim, as maiores vantagens são: você pode renovar seu plano automaticamente, pode comprar o seguro viagem mesmo que já esteja em viagem e a cobertura é para o mundo todo (ou seja, não tem problema você decidir ir de repente da América do Sul para a África – estará coberto de qualquer maneira).

O ponto de atenção é que você sempre paga pelo atendimento médico que precisar e depois solicita reembolso, que pode levar até 60 dias para ser feito. No entanto, é o seguro viagem com melhor custo x benefício que encontrei para quem vive o nomadismo – sai a 45 USD/mês.

Recomendo fazer sua cotação por esse link ou no banner abaixo para ver os demais benefícios e regras da SafetyWing.

Minimalismo como nômade digital

Eu ia trazer esse tópico na parte de “vantagens do nomadismo”, porque me identifico muito com uma vida com menos bens materiais – inclusive gosto muito desse artigo que escrevi em 2016 no início da vida nômade sobre o “ter” e o “ser” vivendo uma vida fora dos padrões da sociedade.

No entanto, sei que é um grande desafioi para muitos. Então considere que você certamente vai precisar se adaptar e se desfazer de muitas coisas que até cabem num micro apartamento – mas são inviáveis de levar na mochila ou numa mala de rodinhas.

Se posso te dizer algo (que talvez te conforte), é que o minimalismo se aprende na prática. Em 2015 eu comecei o estilo de vida nômade carregando muito mais coisas do que eu de verdade precisava. E ao longo dos anos fui entendendo o que de verdade eu precisava/queria. Hoje me sinto muito mais confortável e com maior mobilidade tendo poucas coisas.

E você, já vive como nômade digital? Quer se jogar nesse estilo de vida? Compartilha comigo aqui nos comentários sua percepção das vantagens e desvantagens de um trabalho remoto!

Conteúdo patrocinado por #SafetyWing @safetywing. Todo artigo publicado aqui reflete minha experiência pessoal e opinião sincera sobre os serviços testados

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4 respostas

  1. Oi Carla!
    Gostei muito do seu relato como Nomade Digital.
    Tenho esse sonho de conhecer varios lugares e não se apegar a bens materiais.
    Mas é um pouco complicado, eu teria que ver de como mudar de carreira e trabalhar online.
    Eu penso ca carreira de programação e desenvolvedor de softwares como a unica saída.

  2. Oi Carla! Tudo jóia? Bem legal esse ponto de vista sincero sem romantismo sobre o nomadismo digital. Eu compraria um livro seu, pensei no meio do artigo pela transparência. Transmite segurança e confiança, bem legal.

    Quando puder, da uma passadinha na iCafé? Estamos tentando resolver esse problema de quando chegar em um lugar não precisar ficar pesquisando e perder tempo.Avaliamos e cadastramos os lugares/cafés q já possuem internet e conforto para trabalhar. Ainda está na versão beta mas dá pra ter uma ideia e pode te ajudar.

    Abração! Parabéns pelo artigo.

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