Em julho, altíssima temporada de inverno na serra fluminense, fugi para três dias de paz e tranquilidade na Pousada Paraíso Açú. Encostada no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, ela fica 14 km depois de Corrêas, distrito de Petrópolis (RJ).

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Cheguei lá numa quinta-feira à noite. A escuridão e o silêncio não me deixaram ver muito do lugar. Os funcionários, super atenciosos, nos receberam e mostraram nosso quarto. Mas só que nós chegamos lá morrendo de fome – e descobrimos que durante a semana o restaurante da pousada fechava às 20h. Ainda assim a Camila foi super atenciosa e, com o que pôde, nos preparou um sanduíche e um suco. Suficientes para apagarmos na cama e acordarmos super dispostos na sexta-feira para curtir o dia.

E o visual quando acordei me encantou. E entendi o motivo de todo o silêncio da noite anterior. Estávamos encostados numa pedra gigantesca, em meio ao nada, sem sinal de celular, um WiFi sofrido, uma mata rica, cheiro de grama molhada. E açús – os pássaros que dão nome ao hotel. Bem bucólico mesmo. Se você tem aversão a estar na sua própria companhia, talvez não deva se isolar e seu lugar seja no meio de uma metrópole bem barulhenta e que nunca durma. Ou, quem sabe, você esteja precisando mesmo é de uns dias assim, praticando aquilo que chamo de “nadismo”.

Mas, calma, amigo hiperativo. A vida por ali não é só livro, filme, chocolate, soneca não – para mim foi, hahaha. Logo ali ao lado, andando uns dez minutinhos, fica o Campo de Aventuras Paraíso Açú. E com atrações para te ocuparem por um dia inteiro! Arvorismo, tirolesa, rappel, canyoning, paintball, trekking. Quem está hospedado na pousada pode comprar um pacote de arvorismo + tirolesa + rappel por R$100. Para os não hóspedes, sai a R$110. Achei super válido – apesar de não ter me aventurado, pois estava muito frio e, no dia em que me programei para ir, choveu. Snif… Vou ter que voltar! Se você não quiser se hospedar na pousada, lá tem um albergue super simples a R$30 por noite ou então um acampamento logo ali embaixo. Para todos os bolsos e gostos!

Além disso, da própria pousada se tem acesso a diversas trilhas – que devem ser feitas acompanhadas de um guia, visto que são longas e, normalmente, com neblina. E, dentro da pousada, tem ainda uma sala com jogos, tipo totó, ping pong, cartas, tabuleiros. E eles também oferecem diversos DVDs para alugar. Não dá para reclamar de falta do que fazer.

Sobre os quartos da Pousada Paraíso Açú, se você procura mais conforto, sugiro ficar na suíte luxo ou nos chalés – super românticos. Os apartamentos e suítes do tipo standart, bem mais simples, são bem apertadinhos e básicos. As fotos abaixo são da suíte luxo:

O café-da-manhã da pousada é ótimo e variado – minha mãe voltou absolutamente apaixonada pelo arroz doce de lá! E vale um destaque para a trilha sonora. Em algumas manhãs me deliciei ao som de Norah Jones. Muito bom! Todos os sábados à noite eles servem um fondue a luz de velas. Puro charme! Optando pelo fondue de queijo + de chocolate, você ganha uma garrafa de vinho 😉 Para os demais dias, há um cardápio com várias opções. Particularmente, não me apaixonei por nada do que comi. Tudo estava bom, mas sem grandes surpresas. Mas o atendimento super atencioso e agradável do Maicon nem me fez ligar para isso.

Um detalhe importante: como fiquei lá três dias, num deles desci para curtir a tarde em Itaipava. Dá para ir? Claro que dá. Mas é longinho sim, e perigoso para voltar à noite – principalmente depois de beber. Boa parte da estrada não é asfaltada e falta sinalização pelo caminho. Tem que estar bem atento! Acho a Paraíso Açú excelente para ficar ali e curtir. Ela possui uma piscina de água natural ótima, que desce direto da nascente nas montanhas – torça para que não esteja chovendo. A vista, repito uma vez mais, é linda!

Pontos de atenção:
– em meio à maravilhosa decoração rústica, alguns sofás estavam com cupim 🙁 Chato, pois a pousada é um lugar para se curtir os momentos ali, nos aposentos dela, já que não dá para ficar saindo para a cidade.
– um dos edredons do meu quarto estava sujo. Mas, assim que falei com a Camila, ela pediu que trocassem imediatamente. Não tenho nada a reclamar do atendimento de todos os funcionários – que são dali mesmo, da região, e trabalham na casa há mais de dez anos.
– alguns pratos de sobremesa, no café-da-manhã, estavam lascados. É um detalhe “pequeno”, mas que destoa da qualidade do hotel.

Minha impressão sobre a pousada? Que ela é um tesourinho perdido em meio à serra fluminense!

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