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Dicas completas de Essuatíni (antiga Suazilândia) – menor país do hemisfério Sul

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No meu mochilão pela África meu primeiro destino foi Essuatíni, a antiga Suazilândia, e foi uma viagem que já começou com bastante emoção né?! Se não leu, clique aqui para entender por que eu passei um fim de semana inteiro na Suazilândia sem mala e como eu me virei pra resolver isso. Eu jamais havia planejado na vida visitar esse país, que, pra ser sincera, até então eu mal havia ouvido o nome. Mas ele era tão próximo de Joanesburgo {4 horas de mini bus}. E ao mesmo tempo seria algo tão inusitado! Eu bati o martelo quando me falaram “Mas ninguém vai pra Suazilândia. Você quer fazer o que lá?”. suazilandia-africa-54 Pronto. Eu vou pra esse lugar aí que ninguém quer ir então. Tinham me dito até que era perigoso! Ainda bem que eu pesquisei mais e não fui na onda de gente que estava dando pitaco sem nem nunca ter pisado lá. Antes de contar um pouco mais sobre o que fazer em Essuatini, vou trazer algumas curiosidades de lá para vocês. – como já dito anteriormente, esse é o menor país do hemisfério Sul. Em menos de duas horas é possível atravessar o país de um lado ao outro de carro – Essuatíni fica dentro da África do Sul e faz fronteira com Moçambique – Seu nome oficial era Reino de Essuatíni – sim, o país é governado por um rei – Aliás, há muitas histórias relacionadas a esse rei. O atual possui 47 anos e possui apenas 15 esposas e cerca de 60 filhos. Digo “apenas” porque seu antecessor tinha mais de 60 esposas e mais de 200 filhos! Por isso os moradores da Suazilândia têm o maior orgulho do rei atual – dizem que ele é humilde – Sim, a poligamia é permitida em Essuatíni. Mas só se o homem for rico o suficiente para bancar todas as suas esposas – Falando em riqueza, Essuatíni é um país muito pobre, e o contraste social lá é absurdo. Vi apenas muita pobreza ou ostentação {a embaixada americana lá chega a ser vergonhosa de tão grande e ostensiva} – Essuatíni possui um dos maiores índices de soropositivos (HIV) no mundo – Educação é cara lá, e por isso poucos têm acesso. As coisas estão começando a melhorar agora, é isso tem elevado a expectativa de vida da sociedade. Mas ainda está em níveis muito baixos – Aliás, a expectativa de vida em Essuatíni é de 37 anos. MUITO pouco. – Brasileiros não precisam de visto – confirme se essa decisão continua valendo na época da sua viagem – O inglês é uma das línguas oficiais do país, então você não enfrentará grandes dificuldades pra se comunicar caso fale inglês – A moeda local é o Lilangeni, mas o Rand, moeda da África do Sul, é muito bem aceito. Ambos valem a mesma coisa. 1 Lilangeni = 1 Rand – Internet era algo suuuuper raro quando visitei Essuatíni em 2016! Abaixo vou dar dicas de onde encontrar pagando menos – Esse país é muito rico culturalmente. Vá sem preconceitos e você encontrará um povo muito amável, receptivo e alegre Dito isso, já deu para ver que amei passar dois dias aqui, né? Gostaria de ter passado ao menos uma semana. Mas já fiquei feliz em ao menos ter ido. Vamos às dicas de onde ficar e o que fazer em Essuatíni?

Onde se hospedar em Essuatíni, antiga Suazilândia

A capital, Mbabane, é sem graça e não tem muito o que fazer. Indicaria se hospedar próximo a Lobamba (onde está o Milwane Wildlife Sanctuary) ou a Malkerns Valley. Eu escolhi ficar num hostel dentro da reserva Milwane e foi um dos hostels mais incríveis que já fiquei na vida! Ele simplesmente está em meio ao NADA. E é aí que está a graça da coisa. Fiquei no Sondzela Backpackers, eleito em 2016 como o melhor hostel de Essuatíni. Assista a esse pequeno vídeo que eu fiz e você vai entender o motivo.
Com caminhadas leves você poderá avistar muitos animais selvagens. O hostel oferece algumas atividades, como Game drives, passeios de bicicleta, observação de pássaros. Há também piscina, sinuca, locais para piquenique. Se sua ideia for dar um passeio por outros lugares, o hostel oferece um shuttle que te leva até o mercado de rua mais próximo, de onde saem muitos dos populares “mini buses” e onde também há taxi. O shuttle sai do hostel duas vezes por dia {8h e 17h} e pode te buscar no mercado de rua quando vc chegar lá também {ao ligar para a recepção utilizando um orelhão – hahaha sim, voltamos ao tempo de colocar moedinha no orelhão e discar pra um lugar. Eu nem me lembrava mais como era isso!}. Mas quem se hospeda lá precisa ter em mente uma coisa: esse é um lugar para se desligar do mundo! Celular não pega, não há internet, televisão, nada disso. Aliás, eles oferecem vouchers de internet {sim hahaha eles vendem 15Mb de internet, não me lembro o preço, mas não dura nada e os vouchers são limitados. Se quiser, garanta logo o seu}. Eu não poderia também deixar de indicar o café da manhã que é servido. Custa 40 Lilangeni e vale cada centavinho. Foi totalmente inesperado e eu não gostaria de estragar sua surpresa também. Mas ele é servido num espaço anexo e é preparado numa fogueira no chão. Sério, que lugar!!!! Por fim, minha dica é que você pegue uma suíte numa das casinhas externas. É a coisa mais linda, é uma experiência que jamais vou esquecer. Veja abaixo uma foto de como são as suítes. Tenha em mente que você precisará pagar 40 Lilangeni por pessoa para se hospedar aqui, já que fica dentro de uma reserva natural.

O que fazer em Essuatíni

Sim, há bastante coisa pra fazer aqui. Se você se hospedar no Sondzela, pode pegar o shuttle do hostel até o mercado de rua. De lá, peguei um mini bus que me deixou em Gables {onde fica o Pick’n’Pay} e custou 7 Lilangeni. Gables é um centro comercial onde você poderá sacar dinheiro, ir ao mercado, fazer compras, ir a um pub, comprar internet. O passeio mais conhecido é a visita ao Mantenga Nature Reserve. Estive lá e recomendo 100% {a entrada custa 100 Lilangeni}. Não há transporte público que deixa na porta. De Gables peguei um táxi, que custou 50 Lilangeni, e na volta fui andando de volta pro Gables {dava uns 2,5km, numa caminhada bem agradável para conhecer o entorno}. Primeiro você fará um tour com um morador, que conta muitas curiosidades locais e te dá um gostinho da história da antiga Suazilândia e de seus costumes. Nesse tour vê-se uma diferença de gênero absurda, onde o homem provê tudo e a mulher é totalmente submissa. Chega a se falar mais de uma vez que uma mulher deve saber muito bem ajoelhar-se para calçar os sapatos de seu marido. Enfim, são culturas diferentes e eu gosto muito de me aproximar de pessoas tão distintas e entender a importância desse estilo de vida para elas. Depois, há uma apresentação de dança sibhaca, que dura uns 20 minutos. Também interessante. Ao final indico ir andando até as quedas d’água que ficam lá dentro. Rendem fotos bonitas, mas o banho é proibido. Outros lugares muito recomendados para conhecer em Essuatíni são o Ezulwini Valley, rafting no rio Usutu, as caminhadas e passeios de bicicleta no Mliwane Wildlife Sanctuary, o complexo Malandela {com restaurante, hospedagem, lojinhas}, o House On Fire {que fica no Malandela e funciona como espaço cultural que tem até rave!}, o Gone Rural {também no Malandela, e fica de lugar pra comprar souvenirs de ótima qualidade}, a caverna Gobholo Cave {a Swazi Trails oferece esse passeio}. O Malandela’s fica relativamente próximo ao Sondzela. O shuttle do hostel passa em frente à ele, então você pode pedir para descer lá se quiser. Também vale ficar de olho nas datas das cerimônias Suázi (ou Swazi). A Incwala é a mais popular e durante ela o rei da permissão às pessoas para comer a primeira safra de frutas do ano {dezembro/janeiro}. Já a Umhlanga tem o objetivo de unir o povo e lembrar de sua relação com o rei. É tipo um baile debutante para mulheres solteiras, e dali podem sair possíveis esposas para o rei {agosto/setembro}. Mas o melhor do país acho que está no mais simples. Andar por suas ruas! Pegue os mini buses. Observe a comunidade à sua volta. Ande de dia sem medo {eu estava viajando sozinha e me senti absolutamente segura lá! Mas me aconselharam a não andar sozinha à noite}. Enfim, puxe papo com os locais. Eles são muito sorridentes e abertos. Conversam uns com os outros gritando, de longe, acenando, estão sempre gargalhando. Eu amei esse lugar! Veja algumas fotos que tirei:

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E no vídeo abaixo conheça um pouco mais da Suazilândia, o menor país do hemisfério Sul:

Como chegar a Essuatíni, antiga Suazilândia

A capital Mbabane possui um aeroporto, mas os voos pra lá são meio caros. A melhor forma de conhecer o país é de carro. A mais barata é com transporte público. Há ônibus saindo de Park Station {Joanesburgo} e indo para Mbabane e Manzini, ambos na Suazilândia. O trajeto dura cerca de 4 horas e custa uns 250 Rands. É muito fácil ir ao Park Station utilizando o Gautrain (o trem rápido de Joburg, que também conecta a estação ao aeroporto). Eu viajei com a TransMagnific, que busca direto no aeroporto de Joanesburgo ORTambo e tem várias paradas na Suazilândia. Mas paga-se bem mais por essa comodidade: 600 Rands uma perna ou 1150 ida e volta. Eles se dizem um transporte de luxo, mas são vans normais que oferecem um conforto básico e lanchinho. Na ida me buscaram com pouco atraso no aeroporto, mas na volta não me buscaram no ponto combinado {Gables}, e tive que pagar um táxi até o escritório deles na capital para não perder minha van. Nessa brincadeira gastei mais 100 Lilangeni e tive o maior stress. Combine com eles certinho onde é o ponto de encontro e o horário, pois certamente você estará sem internet nem telefone pra se comunicar com ninguém.

Quanto custa viajar para Essuatíni

Olha, esse é um país barato, viu? E Rand (moeda da África do Sul) é amplamente aceita lá, portanto não se preocupe em precisar fazer câmbio antes de chegar à antiga Suazilândia. Vou colocar alguns preços aqui para você ter uma ideia: – uma cerveja no bar: cerca de 20 Lilangeni – Transporte público: entre 6 e 8 Lilangeni – Água no mercado: 13 Lilangeni – Refeição: uns 60 a 80 Lilangeni num lugar legal – Cama em dormitório: cerca de 100 Lilangeni – Suíte no hostel onde fiquei: 280 Lilangeni

Onde encontrar Wi-Fi em Essuatíni

Essa é uma questão bem preciosa. Anote aí com cuidado. Como já mencionei, em Gables há cafés com internet. Custa cerca de 30 Lilangeni para 30 minutos. Mas em Gables há também bares, onde você compra cervejas ou cafés por cerca de 20 Lilangeni e ganha um voucher pra usar internet por uns 30 minutos. No dia em que estive lá, escolhi parar num dos bares de lá que tinha música ao vivo. Pedi uma cerveja, paguei 22 Lilangeni, usei internet por 35 minutos e ainda ouvi o cantor, que era de Moçambique, cantar Michel Teló! Sim, Ai se eu te Pego na antiga Suazilândiaaaa! Sério, isso não tem preço, cara! Fica a dica pra usar melhor seu dinheirinho 😉 Obs.: Eu reservei todos os hostels dessa viagem pelo site Hostelworld, que me apoiou nesse mochilão. É o melhor buscador de hospedagens pra encontrar os hostels mais incríveis do mundo! Leia mais sobre essa viagem pela África aqui:

28 dias na África: roteiro África do Sul, Suazilândia, Botsuana, Namíbia, Zimbábue

Primeiro dia na África – perdi minha mochila com tudo dentro

Wilderness – o vilarejo da África do Sul onde eu poderia viver para sempre

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