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Voluntariado em Israel: como economizamos mais de R$4.000

voluntariado em Israel

Voluntariado em Israel: como economizamos mais de R$4.000

Israel é um país caríssimo – isso nós já sabemos. No início desse ano eu passei um mês por lá e, para reduzir os custos dessa viagem, recorri a uma experiência que amo: fiz voluntariado em Israel. Eu sempre gosto de ressaltar que voluntariar é muito mais que economizar dinheiro e trocar trabalho por cama e comida. É, por outro lado, uma oportunidade de aprender coisas novas e/ou compartilhar o que sabemos, mergulhar na cultura local e fazer novos amigos.

Para começo de conversa, em um trabalho voluntário você não é pago e nem precisa de visto específico de trabalho. Vou falar mais sobre isso no final desse artigo. Antes de aplicar para alguma vaga, entenda como funciona um voluntariado e alinhe suas expectativas.

No meu voluntariado em Israel, por exemplo, eu ajudei dois hostels com fotos e vídeos profissionais. Em troca, recebi acomodação e todas as refeições. Além de lavanderia gratuita, desconto em passeios e drinks e outros benefícios indiretos desse tipo de troca. Meu voluntariado durou 10 dias e permitiu que eu e meu namorado economizássemos pelo menos R$4.000 – e vivendo uma experiência super bacana!

Aqui no blog tem uma série de artigos com as dicas e gastos de todo o meu roteiro de um mês por Israel

Leia aqui como conseguimos essas vagas de voluntariado, quais plataformas eu recomendo e dicas para quem está se jogando no primeiro voluntariado.

Plataformas de voluntariado

Em 2020 eu me inscrevi pela primeira vez na Worldpackers e fiz meus primeiros voluntariados através da plataforma. Inclusive recomendo demais, em especial se você está começando nesse mundo do work exchange. O suporte deles é bem bom e você consegue, por exemplo, ver todas as oportunidades de voluntariado em vários países do mundo pelo site oficial da plataforma até mesmo antes de pagar a anuidade, que é de 49 dólares por ano.

Outros sites muito conhecidos são o Workaway e o WOOF. O Workaway também sai a 49 dólares anuais. Já o WOOFF é 100% focado em voluntariado em fazendas orgânicas e você se cadastra no site do país onde quer ajudar, é um pouquinho mais complexo. A anuidade custa a partir de 39 dólares.

Se você já sabe onde quer voluntariar, vale olhar todos eles e ver qual oferece mais oportunidades na região que você quer visitar.

A Worldpackers é bem boa na América Latina em geral. Na Europa percebi que o Workaway tem mais opções. Enfim, dê uma olhada a fundo em todas. Vale a pena ter uma dessas plataformas como intermediária pra te passar uma maior segurança.

Meu voluntariado em Israel

As vagas que consegui de voluntariado em Israel acabaram sendo por fora das plataformas acima. Nós vimos pelo site que eles precisavam de voluntários pra produzir conteúdo de fotos e vídeos e, então, eu entrei em contato direto pelo Instagram. 

Claro que antes eu li o perfil dos hostels e as avaliações de outras pessoas que já voluntariaram lá. Portanto isso me deu mais segurança de estar indo pra um lugar que iria oferecer uma experiência bacana.

E, pra ser sincera, eu acho que o fato de eu já trabalhar com internet e ter o blog e um perfil profissional no Instagram abre portas também. Eu enviei a primeira mensagem pelo Instagram, me apresentei, expliquei sobre os voluntariados que já fiz pra mostrar que tenho experiência, e sugeri as datas que teríamos disponibilidade e o trabalho que poderíamos oferecer. Deixo abaixo para vocês o modelo de mensagem que enviei, pois pode servir como uma referência para quem nunca aplicou para nenhuma vaga e quer ver exemplos do que escrever.

No mesmo dia eu recebi uma resposta positiva do dono do hostel! A princípio escrevi pra um hostel de Tiberias, na beira do Mar da Galileia, oferecendo 10 dias de voluntariado. No entanto, o dono me disse que tem sociedade também num hostel de Haifa, a terceira maior cidade de Israel, e sugeriu de dividirmos nosso tempo produzindo conteúdo dos dois. Pra gente pareceu ótima ideia, assim conheceríamos dois lugares diferentes no país. Concordamos com a proposta e partimos para nosso primeiro voluntariado em Israel!

Voluntariado em Israel: como foi a experiência em Tiberias

Assim foi nosso acordo de voluntariado:

  • Oferecemos fotos gerais + 1 vídeo promocional do hostel
  • Em troca, eles ofereceram acomodação, café da manhã e comidinhas pra cozinhar no hostel (na prática, podíamos tomar café da manhã junto com os hóspedes e tínhamos acesso livre a uma despensa com várias comidas para usarmos o que quiséssemos e quando quiséssemos)
  • A hospedagem era em um quarto compartilhado com outros voluntarios. Bem espaçoso e limpinho. Quando a gente estava lá, tinha voluntário da Rússia, dos EUA e da Bielorrússia. Foi uma ótima maneira de socializar com o pessoal

Eu curti que o hostel como um todo era super limpo e organizado. Eles estavam precisando atualizar as fotos deles no site e no Booking. Fotografamos todos os quartos, as áreas comuns, o café da manhã, o rooftop.

Parte do nosso acordo era também entregar fotos dos lugares turísticos no entorno de Tiberias – o que significava sair pra dar rolê! Nada mau. Um dia fomos no monte Arbel, onde estão umas cavernas onde cristãos se escondiam há muitos anos. Também visitamos Cafarnaum e o Monte das Bem-Aventuranças, onde Jesus fez um de seus sermões mais conhecidos. E, pra completar, nadamos no Mar da Galileia! Então foi incrível.

Ficamos lá 5 dias, entregamos muitas fotos novas e, de bônus, um vídeo promocional bem bacana pra eles (assista como ficou o resultado final no instagram do @gutoindo). O pessoal do hostel curtiu a nossa ajuda, e então seguimos pro segundo hostel que nos esperava pro mesmo tipo de voluntariado, agora em Haifa.

Voluntariado em Israel: como foi a experiência em Haifa

Fomos de ônibus de Tiberias para Haifa e em menos de duas horas chegamos no nosso novo lar – com uma vibe beeeem diferente. Aqui o acordo era basicamente o mesmo:

  • Oferecemos fotos gerais + 1 vídeo promocional do hostel. 
  • Em troca, eles ofereceram acomodação, café da manhã e comidinhas pra cozinhar no hostel (na prática, podíamos tomar café da manhã junto com os hóspedes, que eram basicamente panquecas doces e café: para o almoço diariamente um dos voluntários cozinhava para todos; e também tínhamos acesso livre a uma despensa com várias comidas para usarmos o que quiséssemos e quando quiséssemos)
  • A hospedagem era em um quarto compartilhado com outros voluntários. Mas aqui a experiência foi diferente da anterior. Era um quarto mais apertado e estava bem bagunçado e até meio sujo. Quando a gente estava lá, tinha voluntário da Lituânia, dos EUA, da Argentina, do Peru, da Inglaterra e do Canadá. Era uma vibe mais “party hostel”

Nesse hostel havia muitos quartos para fotografar e isso exigiu uma organização maior da nossa parte, em especial porque era um hostel sempre cheio. Então sempre ficávamos atentos e disponíveis nas janelas entre check out e checkin dos hóspedes, pra aproveitar os quartos vazios e arrumados antes de pessoas novas entrarem. 

Pra vocês terem uma base, essas ajudas com conteúdo de fotos e vídeo exigiram uma dedicação média de 20 a 25 horas pra cada hostel.

Como economizamos R$4.000 nesse voluntariado em Israel

Eu sei que você ficou curioso com essa informação. Então vamos lá: por que eu disse que estamos economizando quase R$4.000 nesses 10 dias de voluntariado em Israel?

Como eu falei lá no início, Israel é um país caro. Cada noite no hostel de Tiberias, ficando em quarto compartilhado, custaria mais ou menos 30 euros pra mim e mais 30 euros pro Guto com café da manhã. Somando esses valores para 5 diárias (que foi o tempo que ficamos lá), dá 300 euros. Como eles também dão acesso ilimitado a comidas e oferecem lavanderia gratuita, isso nos levou a uma economia de pelo menos mais 70 euros.

Ou seja, só em Tiberias foi uma economia de pelo menos 370 euros.

Agora vamos pras contas do hostel de Haifa. Cada noite no hostel de Haifa, ficando em quarto compartilhado, custaria mais ou menos 25 euros pra mim e mais 25 euros pro Guto com café da manhã. Somando esses valores para 5 diárias (que foi o tempo que ficamos lá), dá 250 euros. Como eles também dão acesso ilimitado a coisas pra cozinhar, todos os dias servem um almoço vegetariano gostosão e têm lavanderia gratuita, economizamos também pelo menos uns 70 euros.

Pra Haifa, então, foi uma economia de cerca de 320 euros.

Agora vamos à soma das duas experiências de voluntariado em Israel

Somando os 10 dias de voluntariado em Tiberias e Haifa, juntos eu e meu namorado economizamos pelo menos 690 euros – que convertendo na cotação de hoje dá R$4.050,30.

Tem outros benefícios indiretos e mais difíceis de mensurar, como, por exemplo, acabar recebendo dicas mais locais ou de coisas gratuitas na cidade e frequentar lugares que talvez não saberíamos se estivéssemos de passagem como turistas – tipo uma festa super hipster que fomos parar com a galera do hostel de Haifa num rooftop alternativo, que foi uma experiência diferente e bem legal.

Vale ressaltar que nos hospedamos em dois hostels excelentes e muito bem localizados! 

Dicas para um voluntariado bem sucedido

Pra fechar, quero complementar esse artigo trazendo algumas dicas pra você que quer ter uma experiência positiva de voluntariado em Israel ou em qualquer outro lugar.

Leia atentamente

Sua primeira missão é ler com atenção como o lugar se descreve, o que eles buscam, dar uma conferida nas fotos. Você consegue captar muita coisa nas entrelinhas, como, por exemplo, se é um lugar que só quer mão de obra de graça ou se buscam mesmo uma troca intercultural

Avaliações são importantes

Leia as avaliações de outras pessoas que já voluntariaram no lugar que te interessou. Busque ler nas entrelinhas também, até mesmo fazendo um recorte cultural dependendo de onde é a pessoa que escreve. E uma dica bacana é que você pode entrar em contato direto com o voluntário que fez a avaliação através de uma mensagem privada para perguntar mais sobre como foi a experiência dele. Faça perguntas específicas depois de ler o que ele escreveu, não envie um texto copia e cola, pois isso aumenta sua chance de ter uma resposta. Ah, essa opção só está disponível se você for um assinante da plataforma em questão, viu?

Seja bacana na sua mensagem

Ao escrever para o anfitrião, vale a mesma regrinha de enviar uma mensagem personalizada. Nada de copia e cola aqui! Depois de ler com atenção sobre a vaga, envie uma mensagem mostrando que você fez seu dever de casa e sabe detalhes da vaga que está aplicando. Então se apresente, seja sincero (inclusive se você tem ou não experiência para o que está sendo solicitado), mostre simpatia, conte se tem alguma experiência prévia voluntariando, tire suas dúvidas. Isso aumenta suas chances de ter um retorno da sua aplicação.

Entenda o que esperam de você

Ao negociar, sempre entenda direitinho qual o trabalho que eles esperam que você faça, quantas horas de dedicação por semana, como é a questão dos dias livres. Não tenha medo de perguntar – com educação e bom senso, claro. No entanto é sempre bom ter tudo claro antes de ir.

Tenha claro o que você vai receber em troca

Também pergunte claramente o que vai ser oferecido em troca. Sobre hospedagem, você pode se aprofundar perguntando como é o quarto, com quantas pessoas vai dividir o espaço. Sobre alimentação, você pode querer saber o que vai ser oferecido, ou informar alguma restrição alimentar.

Onde fica o lugar?

Veja direitinho a localização e se é um lugar fácil de chegar. Se for em um lugar mais afastado, por exemplo, entenda se tem alguma ajuda para chegar, se vão te buscar em algum ponto.

Não é o que você esperava?

Chegou e não curtiu tanto, não era o que esperava, não estão cumprindo com o prometido? Você não tem obrigação de ficar. Voluntariado não é um contrato de trabalho. Inclusive a Worldpackers te reembolsa até 49 dólares e a Workaway te dá 3 noites de hospedagem para uma emergência caso você precise se mudar repentinamente do lugar onde você tá. Haja racionalmente antes de tomar uma decisão de abandonar o lugar onde está, mas saiba que sua segurança está em primeiro lugar – e aplicar para as vagas através das plataformas faz toda a diferença aqui.

Não vai sozinho?

Vai viajar de casal, com amigo, com parente? Sem problema, pois a Worldpackers e o Workaway têm um plano específico pra duas pessoas voluntariarem juntas que sai por 59 dólares anuais

E a imigração?

Pra finalizar, na imigração jamais mencione que você está indo voluntariar. Lembre-se: esse não é um trabalho formal, você entra como Turista no país. Então diga apenas que está indo fazer Turismo e pronto.

Minha experiência como voluntária

Essa não foi a primeira vez que vivi uma experiência de voluntariado. Foi, na verdade, a sexta vez que fiz work exchange e posso dizer que essa é uma experiência que penso em repetir muito ainda nessa vida viajante. Esses foram alguns dos voluntariados que eu já fiz:

  • ajudei na plantação de limões sicilianos em uma fazenda de Yoga na Turquia
  • quebrei um galho como recepcionista e social media pra um hostel em Belgrado, na Sérvia
  • ajudei a plantar cebolas e alhos em uma fazendinha em Vrmdza, no interior da Sérvia
  • cuidei de um camping para motorhomes na Baía de Kotor, em Montenegro
  • arrumei camas e fiz limpeza em geral num hotel de aventura numa floresta em Noisy-sur-école, na França

Agora me conta aqui o que você achou dessa experiência de voluntariado em Israel, se você tem recomendações de lugares legais pra voluntariar ou, por exemplo, se esse tipo de vivência de instiga de alguma maneira. Então bora trocar ideia, a participação de vocês é sempre útil para outros leitores que chegam por aqui!

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