Sempre que eu viajo de avião, gosto de tomar um vinhozinho. Não que eu tenha dificuldades para dormir {durmo até demais, hahaha}, mas é que dá aquela relaxada gostosa pra embalar o sono. Além de fazer parte do glamour, né? Você lá atravessando para outro continente, vai negar um vinho na AirFrance ou uma cervejinha na KLM? Pois é, também sou dessas!
Mas é importante entender também o que acontece com o nosso organismo quando ingerimos álcool lá nas alturas. Minha primeira dica é nunca exagerar, nem durante a viagem, nem no dia anterior ao embarque. Para se ter uma ideia, quando ingerimos bebida alcoólica, aqui em solo firme mesmo, a taxa de álcool no sangue leva entre 30 e 60 minutos para atingir seu máximo efeito no organismo – sendo que se consumirmos várias bebidas alcoólicas durante um curto período de tempo, nosso fígado terá grandes dificuldades em processar esse excesso.
Viajando pela corrente sanguínea, o álcool acaba atingindo o cérebro, onde ele atua como um sedativo e retarda as transmissões e impulsos entre as células nervosas que controlam a sua capacidade de pensar e se mover. Embora o álcool seja um depressor, ele também remove inibições, o que pode justificar comportamentos agressivos ou extremamente felizes associados ao seu consumo {tenho certeza que você também já presenciou muitas cenas dessas!}. Além disso, ele também aumenta o fluxo de fluídos nos seus rins, podendo ocasionar uma desidratação.
Mas… E se considerarmos tudo isso numa situação em que você está voando a mais de 11 mil metros de altura? Pois é, durante um voo, a pressão barométrica na cabine de um avião é menor do que na maioria dos lugares na Terra. É possível comparar com a altitude das montanhas que ficam entre 1.800 a 2.200 metros. Esta diminuição da pressão ambiente reduz a capacidade do organismo em absorver oxigênio, podendo produzir tonturas. Isso é chamado de hipóxia {quem já fez trilhas em montanhas muito altas sabe bem do que estou falando}. De modo geral, este não é um problema, mas a sensação poderia ser semelhante a que você tem ao beber álcool. Portanto, se você ingerir bebidas alcoólicas durante um voo, você pode notar essa alteração mais cedo, assim como os comissários de bordo e os outros passageiros {oops!}, caso você beba demais.
Em outras palavras, por causa do baixo nível de oxigênio no sangue, você pode aparentar ter consumido mais bebida no ar do que em outras situações. Mas, na verdade, a sua taxa de álcool no sangue será a mesma do que se você tivesse ingerido a mesma quantidade de álcool em terra. Um fator complicador é que o ar dentro de aeronaves é muito seco e, juntamente com o efeito diurético do consumo de álcool, o passageiro pode ficar desidratado mais rápido do que em solo.
Então, uma dica simples e eficiente para combater esse problema é consumir mais água do que bebida alcoólica. Outra alternativa é minimizar o consumo de alimentos salgados, pois eles podem deixá-lo com mais sede e te levar a consumir líquidos mais rápido.
Interessante e curioso, né? Eu recebi essas dicas da KLM, empresa aérea holandesa cujos serviços eu adoro! A política deles com relação ao serviço de bebidas alcoólicas a bordo pode variar dependendo do seu destino. E o mais legal é que você pode se preparar para sua viagem consultando o menu (incluindo bebidas) do seu voo específico antecipadamente seja na Economy Class ou na World Business Class. E nos voos intercontinentais são oferecidas de hora em hora bebidas quentes e frias (alcoólicas e não alcoólicas), incluindo café e chá, água, refrigerante, sucos de fruta, cerveja e vinhos premiados.
Mas cuidado! Não é porque estão servindo de hora em hora que você pode aproveitar para enfiar o pé na jaca. Além do risco maior de você se sentir mal mais rapidamente, comportamentos indisciplinados ou atos que coloquem em risco a tranquilidade do voo, devido ao abuso de álcool ou de outra forma, são uma violação do direito internacional. O piloto no comando de um voo está autorizado a desembarcar ou entregar o passageiro indisciplinado a uma agência de aplicação da lei.