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Parque Nacional Serra do Divisor – TU-DO que você precisa saber pra conhecer a amazônia acreana

Parque Nacional Serra do Divisor – TU-DO que você precisa saber pra conhecer a amazônia acreana

Quando eu finalmente comprei minha passagem para o Acre, fui logo pro Google pesquisar o que tinha pra conhecer no estado. Eu não me conformava com o que falavam de que não havia muita coisa para visitar aqui além da capital – aliás, teve gente com a audácia de dizer que nem a capital era atraente! Um absurdo, já que depois adorei Rio Branco. Mas eu queria ir além da capital. Fui pesquisando, entrando em vários sites, até que descobri um tópico no fórum mochileiros que falava do Parque Nacional Serra do Divisor, também conhecido por Serra do Moa.

Só pelo relato eu já fiquei louca pra ir pra lá. Não precisei nem ver fotos, apenas a informação de que eu finalmente conheceria a floresta amazônica já era suficiente pra me fazer querer subir num avião na mesma hora! E depois também num barquinho por muitas horas…

Se liga na abrangência do território amazônico…

E como chegar na Serra do Divisor?

O único problema para conhecer a Serra do Moa é que os relatos não eram muito animadores com relação à logística… Pelo que eu tinha lido, precisaria pegar um ônibus em Rio Branco que levaria mais de 20 horas pra chegar a Cruzeiro de Sul, de lá outro ônibus para Mâncio Lima onde deveria buscar um barqueiro que me levasse até o parque, e esse trajeto do barco levaria mais um dia inteiro. Ah! Eu precisaria dormir uma noite em Mâncio Lima, pois os barcos saem de lá bem cedinho.

Como eu adoro um perrengue, essa logística toda não me assustou – confesso. No entanto, o fato de eu ter vindo conhecer o Acre a convite da Secretaria de Turismo daqui facilitou muuuuuito a minha vida (obrigada de coração a todos os envolvidos!). E, mesmo que eu precisasse enfrentar o perrengue  todo descrito aí em cima, eu voltaria nesse lugar maravilhoso que é a Serra do Moa <3

O que é a Serra do Divisor?

O Parque Nacional da Serra do Divisor está localizado no extremo oeste do Acre, na bacia hidrográfica do alto rio Juruá, na fronteira do Brasil com o Peru. De acordo com o Wikipedia, o parque tem território distribuído pelos municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Rodrigues Alves. A administração do parque está atualmente a cargo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. O rio Moa é uma das principais atrações do parque.

Este é considerado o local de maior biodiversidade da Amazônia. Várias espécies vegetais e animais são encontradas devido, em parte, à sua proximidade com o ecossistema andino, numa região de transição das terras baixas da Amazônia e as montanhas dos Andes. Possui uma área de 843 mil hectares, sendo o quarto maior parque nacional brasileiro. Várias populações indígenas habitam o parque, além de seringueiros que já residem lá há algumas gerações.O apelido “Serra do Moa” é devido ao rio Moa, principal atrativo turístico da região. Ele é afluente do rio Juruá, possui muitas cachoeiras e corredeiras e é navegável por embarcações de pequeno calado quase o ano todo. Na margem direita do rio, habitam os índios Nuquinis (tribo que eu visitei quando estive lá). Existe processo em andamento para a criação da “Reserva Indígena do Rio Moa”, que abrigará também índios da etnia Nawa.

O que fazer na Serra do Divisor

Eu passei duas noites no parque, assim tive um dia inteiro pra fazer passeios. Foi o suficiente pra ver os lugares que estão abertos no Inverno Amazônico (época em que eu fui, Abril de 2017), e eu dei muita sorte de pegar um dia inteirinho de sol (apesar de ter chovido muito no dia em que cheguei lá e também na minha volta). Mas foi um tempo corridinho demais, seria melhor ter ao menos mais um dia aí de folga pra aumentar as chances de dias de sol.

Já no verão, o ideal seria ficar uns 4 dias no parque, pra ter tempo de fazer todos os passeios. Inúmeras cachoeiras, corredeiras, piscinas de água natural e quedas d’água fazem da Serra o lugar mais belo do Acre.

O que visitar por lá: 

  • Mirante serra da Jacirana (subida bem inclinada de uns 20 minutos. Vale muuuuuuito a pena, porque de lá se tem uma vista incrível do parque. Sério, é floresta que não tem fim!)
  • Cachoeira do amor (pertinho do mirante anterior, são uns 20 minutos até lá depois que você desce da Jacirana. É muito bonita e um ótimo refresco após a subida da trilha anterior)
  • Cachoeira do ar condicionado (tem esse nome porque, quando você chega perto dela, sente um vento mais gelado. A queda dela é maravilhosa e forte. São uns 10 minutos de caminhada pra chegar até ela)
  • Buraco central (uma formação artificial, resultado das escavações que a Petrobras realizou na região em busca de petróleo lá pela década de 40. No local foi feita uma perfuração de aproximadamente 700 metros, na busca de petróleo, mas que deu origem a uma espécie de olho d’água gigante que nunca para de jorrar água. Não aconselho ir com roupa de banho de cor clara, pois ficará marrom devido à presença de enxofre, que dizem ser medicinal)

Esses foram os passeios que eu fiz em um dia, e meu guia foi o seu Edson, dono da casa onde me hospedei. Ele conhece MUITO bem a região, e inclusive foi ele que descobriu algumas cachoeiras dali, como a do Ar Condicionado.

Outros lugares que você pode visitar, em especial no Verão:

  • Cachoeira formosa (São 4 horas de trilha pra chegar lá)
  • Cachoeira Pirapora 
  • Cachoeira perdernal 
  • Cachoeira da estátua
  • Cachoeira grande 

Onde ficar na Serra do Divisor

A única “pousada” da serra do Moa é a do Miro. Para reservar, você pode ligar pra filha dele, que mora em Mâncio Lima, e vai te ajudar a resolver tudo. O nome dela é Letícia e o número +68999712127.

Ficar ali custa 30 reais por pessoa no quarto (tem pra duas pessoas ou mais) e tem cozinha compartilhada (se você optar por cozinhar lá, indico levar os ingredientes da cidade, pois não vi mercadinhos no parque). Ou por 70 reais você ainda tem as refeições incluídas e fornecidas pelo Miro (café, almoço, jantar). Tem banheiro e chuveiro na pousada (mais abaixo você vai entender porque eu estou falando isso). O Miro oferece ainda um pacote pra 4 pessoas com barcos desde Mâncio Lima, hospedagem, alimentação e passeios por 700 reais por pessoa. Pacote pra 2 pessoas fica mais caro e sai por quase 1000 por pessoa.

Minha experiência na casa de um seringueiro

Mas também é possível se hospedar na casa de alguns locais, em especial se você contrata um barqueiro de lá para te levar – eles costumam oferecer para você se hospedar na casa deles (pagando um valor que será combinado). Foi a forma como eu me hospedei. Fiquei na casa do seu Edson e da dona Graça. Na verdade, ficamos numa casa que eles têm e que fica vazia (e onde eles estão pensando em construir uma pousada).

Olha nossa casinha ali no fundo…

Nessa casa já morou um seringueiro. Ela é bem simples, mas toda arrumadinha. O único detalhe é que lá não tem banheiro. Isso significa que a gente tomava banho de rio (que ficava na frente da casa) e fazia nossas necessidades… Bom, no mato mesmo. Se isso te assusta e um barqueiro oferecer hospedagem na casa de um local, pergunte como é o banheiro deles (seja bem específico e pergunte se tem vaso e chuveiro). Eu sobrevivi à experiência e posso dizer que até curti tomar banho de rio (mas o tal do banheiro no matagal da floresta amazônica à noite e sem luz… Foi tenso!). Ah, na casa não tinha luz, mas tinha um gerador pra ser ligado à noite (não funcionou na primeira noite, então leve tudo recarregado e baterias extras).

A dona Graça cozinhava pra gente. Como eu não como carne, ela teve o cuidado de preparar ovo de tudo que foi tipo pra mim Rsrs (se ficar na casa dela, peça pelo pirão de ovo! Sensacional!). A comida era bem saborosa e o café da manhã bem típico (com macaxeira, cuscuz, ovo).

Rolê para aventureiros

Tenha em mente que essa é uma viagem para aventureiros. Você visitará lugares ma-ra-vi-lho-sos, mas estará no meio da floresta, onde a infra é complicada e estará com pessoas cujo convívio com todos os tipos de animais é algo bem normal para eles. Na casa em que fiquei, por exemplo, tinha várias baratas. Perguntei se isso era normal nas outras casas, e me falaram que não, que aquela estava assim porque estava fechada, mas com um semblante de “isso não nos incomoda”. Fazer o que? O seu Edson e a dona Graca nos receberam TÃO bem, que nós ignoramos a presença das bichinhas em uns cantos da casa e vivemos nossa viagens normalmente. Ao final, por dois dias de hospedagem, passeios em barco com o Edson como nosso guia e comidas incluídas para 4 pessoas, eles nos cobraram o valor de R$180 (não é por pessoa, é pra todo mundo). 

Eu mostrei mais detalhes da nossa casinha e dos lugares que visitamos no meu canal no Youtube (se inscreve lá pra receber tudo em primeira mão!).

Onde comer na Serra do Divisor

Se o lugar onde você ficar não oferecer alimentação, a opção é cozinhar sua própria comida (na pousada do Miro, por exemplo, tem cozinha compartilhada). O problema aqui é: não existe mercado na Serra do Moa! Você precisa trazer toda a sua comida no barco desde Mâncio Lima (e os mercados lá não abrem antes das 7h da manhã, horário em que os barcos já estão saindo). 

Se você pretende economizar cozinhando sua própria comida, tenha em mente que você precisa trazer TUDO desde a cidade. Aliás, não deixe de levar água mineral. Lá eles bebem água da cachoeira, mas quem é de fora e não está acostumado pode passar mal. Eu levei uns miojos e latas de atum por precaução, mas acabei não precisando cozinhar nada porque tínhamos a dona Graça pra fazer umas comidas bem gostosas pra gente.

Como chegar na Serra do Divisor

O seu trajeto será basicamente: destino inicial x Rio Branco x Cruzeiro do Sul x Mâncio Lima x barco até o parque.

Para ir para Rio Branco, há algumas companhias aéreas que fazem o trajeto (eu fui com a GOL e comprei minhas passagens com milhas).

Já de Rio Branco para Cruzeiro do Sul, há duas opções (pra quem não está de carro): um busão eterno que leva mais de 20 horas de viagem ou de avião. A distância entre as duas cidades não é nem de 700km, mas ainda assim a viagem de ônibus pode durar tanto (em especial em época de chuvas, quando as estradas ficam muito ruins). A passagem custa 120 reais cada perna e quem faz o trajeto é a TransAcreana (eles respondem bem rápido pela página do facebook). De avião, quem leva é a GOL. O voo dura apenas 45 minutos, e com planejamento dá pra achar bons preços (tipo uns 300 reais ida e volta, também vi cada perna por 4.800 milhas no Smiles). 

De Cruzeiro do Sul para Mâncio Lima dá para ir de ônibus (sai de hora em hora e custa 7 reais, o trajeto leva 40 minutos) ou de táxi compartilhado (que eles chamam de lotação, custa 13 reais e leva 25 minutos até lá). 

Atenção para um detalhe importante: Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica são os únicos bancos de Cruzeiro do Sul! Se seu banco é outro, saque dinheiro ainda em Rio Branco, pois no parque é tudo no dinheiro vivo (por motivos bem óbvios, ninguém trabalha com cartão lá).

Em Mâncio Lima é onde se pega o barco para a Serra do Moa. Como os barcos saem muito cedo (tipo 7h da manhã), é preciso pernoitar lá (ou sair muuuito cedo de Cruzeiro do Sul). A única opção de hospedagem em Mâncio Lima, que é uma cidade bem pequena, é o hotel Voyage (me falaram que não passa de 70 reais a diária, não achei site deles).

Para pesquisar hospedagens em Cruzeiro do Sul, clique aqui.

E não acabou ainda…

Uma vez que você chegou, finalmente!, a Mâncio Lima, é preciso decidir que tipo de barco você vai contratar para te levar até o parque. Existem pelo menos 5 variações de barcos, sendo alguns mais rápidos, outros mais lentos, alguns mais confortáveis, outros mais modernos. 

Conversei muito com o Kennedy, que foi o meu barqueiro, e ele me explicou as opções de barco que há pra fazer o trajeto, me passou os preços e ainda compartilhou contato de vários amigos que trabalham fazendo essa travessia. 

Atenção a um detalhe importante: uma vez que você contrata o barqueiro, ele te acompanhará por toda a viagem, inclusive te levará nos passeios que você vai fazer e será seu guia. Por isso você é responsável por pagar as despesas dele lá no parque (hospedagem e alimentação), além da diária do barco.

Veja só as opções de barco

  • Motor de rabeta: 120 reais a diária do barqueiro + custo com combustível + custo com alimentação e hospedagem do barqueiro. É mais devagar e cabem até 6 ou 8 pessoas no barco. Se a pessoa vai ficar 3 dias no Moa, por exemplo, custa 360 reais + as despesas extras – a viagem até o parque dura um dia todo, sai umas 7h e chega umas 20h. Esse barco pode ser contratado durante todo o ano, em época de cheia ou de seca. Contato: Gilson 068999992233
  • Lancha voadeira: 250 reais a diária + custo com combustível + custo com alimentação e hospedagem do barqueiro. Essa foi igual à que eu fui, de alumínio com motor de popa de 40hp. Sai por volta de 7h da manhã e chega no parque umas 15h. Só anda de dezembro a abril. Contato: Kennedy 068999741522 (que foi o que me levou e indico demais) ou Kledison 068999284051
  • Pajola: 200 reais a diária + custo com combustível + custo com alimentação e hospedagem do barqueiro. É um barco de alumínio com 2 motores de 13 hp adaptado com cobertura e banco de couro com encosto – beeeeem mais confortável que a que eu fui. Cabem até 8 pessoas. É um pouco mais lenta que a de motor 40 hp. Pode andar em qualquer época do ano. Contato: Edinildo 068999001353
  • Lancha: 300 reais a diária + custo com combustível + custo com alimentação e hospedagem do barqueiro. Mais sofisticada, com som e assento de poltrona, e anda bem mais rápido, pois tem motor de 60 até 115 hp. Só anda de dezembro a abril. Contato: Keké 068999742845 ou Deco 068999043445
  • Balieira: 2 mil reais uma semana viajando de Balieira – aqueles barcos maiores que tem em Manaus, que dá pra pendurar rede e cabe até 20 pessoas. Tem banheiro, cozinha. Mas leva 1 dia e meio pra chegar no parque. Só anda de dezembro a abril.

Nosso barqueiro foi o Kennedy (tem o contato dele aí em cima). Ele tem a lancha que eles chamam de voadeira, que é mais rápida (barco de alumínio) e tem motor de 40hp. Indico demais ele! Conhece muito bem o Moa, é super simpático e excelente barqueiro. Foi ele que arranjou a hospedagem pra gente na casa do seu Edson e da dona Graça. E foi ele também que me passou essas informações aí em cima, com preços, mais detalhes e contatos de barqueiros.

Clima na Serra do Divisor

Eu fui no inverno amazônico, que vai mais ou menos de dezembro a meados de abril. Nessa época chove muito e esfria um pouco à noite (olha nessa foto aí em cima a gente encharcado!). O bom é que o rio Moa está mais cheio e dá pra chegar mais rápido na Serra do Moa. Porém, alguns lugares ficam com acesso dificultado, como a cachoeira Formosa (são 4 horas de trilha pra chegar nela).

O verão vai de julho até meados de outubro. Me falaram que é a época mais linda aqui no Moa! E é quando se formam as “praias de rio”, pois a água do rio abaixa e se formam uma bancos de areia, onde todo mundo fica curtindo o dia.

Pra maiores informações de como visitar esse corredor ecológico de Mâncio Lima, pode entrar em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura de Mâncio Lima através do 06833431445 ou com o Genilton pelo 06899878818.

O que levar para a Serra do Divisor

Alguns itens são indispensáveis uma visita ao parque. Indico levar capa de chuva (em especial no inverno amazônico), sapato impermeável, repelente (muito importante!), chapéu, protetor solar, água mineral, snacks para lanchinhos rápidos, papel higiênico (nãoooo esqueça!).

O que achei dessa experiência

Como eu comentei lá em cima, minha visita foi facilitada pela Secretaria de Turismo do Acre, Secretaria de Cultura de Cruzeiro do Sul e Secretaria de Turismo de Mâncio Lima. Sim, foi uma força tarefa pra tirar essa viagem dos sonhos do papel!

No meu caminho de barco para o Moa, nós paramos na comunidade Meia Dúzia, parte da aldeia indígena Nuquini (que eu comentei lá em cima que vive à beira do rio). As crianças da escola estavam fazendo atividades culturais e fizeram até uma dança de recepção para a gente. Nós dançamos com eles em círculos e eles falavam “haux haux”, (se pronuncia rauxi rauxi) que significava agradecimento. O que me chamou atenção é que eles falam português e as crianças quase não sabem sua “língua mãe”. Então essas brincadeiras eram uma maneira de tentar resgatar essa parte da cultura deles. Havia perguntas como “cite 3 répteis usando os nomes em sua língua mãe”, ou “cite 3 partes do seu corpo usando os nomes em sua língua mãe”. 

Todo eles vistam roupas normais, como nós que somos não índios. Alguns tinham a cara pintada com genipabu, cujos desenhos na língua mãe deles se chamam Kené.

Na nossa ida de barco pra serra pegamos uma chuva forte, por isso é importante ter capa de chuva, pois nosso barco era aberto (aberto messsssmo, sem proteção alguma). Cobrimos nossas bagagens com uma lona que nosso barqueiro levou. E mesmo com lona, nossa bagagem molhou um pouco (mas não tivemos nenhum prejuízo).

No primeiro dia não fizemos nada, pois chegamos já no fim da tarde. Apenas jantamos e fomos dormir cedo pois estávamos cansados. Ah! Antes tive minha primeira experiência da vida de precisar fazer necessidades no mato. No escuro (não tinha luz na casa onde estava, nem em lugar nenhum) e no matagal da floresta (cheio de bicho). Cara, foi tenso! Foi definitivamente a única parte complicada da viagem – mas eu sobrevivi!

No segundo dia acordamos bem cedo, tomamos café da manhã e a índia Josi da tribo Nuquini veio nos visitar para fazer pinturas Kené em nosso rosto. Ameeeeeei!!!!

Depois saímos com seu Edson, que nos recebeu em sua casa e foi nosso guia (ele conhece muitooooo bem a ilha). Começamos com a trilha pro mirante, depois a cachoeira do amor, na sequência o buraco e terminamos com a cachoeira do ar condicionado. Umas 15h estávamos de volta em casa e a dona Graça preparou nosso almoço.

Antes tomei banho de rio (banho mesmo, com sabonete e tal hahahha gostei da experiência!). E depois fiquei trabalhando no blog (escrevendo esse post que vocês leem heheh) e editando os vídeos pro canal do YouTube que estou lançando com os vídeos dessa viagem (Se inscreve lá, vai! Já tem vídeos do Acre e essa semana vamos começar  subir os vídeos da viagem pelo Peru: bit.ly/tecontopelaestrada-riobranco).

Nessa noite o gerador funcionou e tivemos luz por duas horinhas (na noite anterior não teve luz, mas dormimos tão cedo que nem sentimos falta). Quando a luz acabou, fomos terminar de arrumar nossas coisas (com lanterna) e dormimos.

No terceiro dia acordamos bem cedo, tomamos café que a dona Graça preparou (deliciosooo!) e saímos umas 7h30 em direção a Mâncio Lima. No caminho paramos mais uma vez na tribo Nuquini, e como era véspera do Dia do Índio, eles estavam preparando várias atividades lá, com músicas, pinturas o corpo, artesanato. Viver isso não tem preço! Foi um contato que eu nunca tinha tido antes, e que foi muito especial.

Nessa volta para Mâncio Lima pegamos chuva mais uma vez. O trajeto é longo, e com o vento fazia frio. Chegamos na cidade por volta de 15h, e fomos direto para Cruzeiro do Sul ainda com tempo pra dar uma turistada antes de ir embora (amei conhecer o ateliê de marcheteria do Maqueson, que trabalho lindo que ele faz!).

Leia mais dicas de Cruzeiro do Sul aqui!

Tem também um artigo completíssimo sobre Rio Branco aqui no blog!

Eu AMEEEEEEI o Acre. E acho que todo brasileiro deveria viver essa experiência de passar ao menos uma semana lá. Num próximo post vou contar sobre a Pousada Ecológica Seringal Cachoeira, muito conhecida no estado todo e onde você pode praticar até arvorismo 😉

Chegou até aqui? As dicas que compartilhei foram úteis para você? Esse conteúdo foi produzido sem patrocínios, com investimento do meu bolso, e trago gratuitamente para ajudar na sua viagem. Se você curtiu o meu trabalho e gostaria de colaborar para que eu possa continuar produzindo artigos completos e úteis como esse, deixo minha chave pix para você ficar à vontade em contribuir voluntariamente com o valor que quiser. Apoie produtores independentes! Obrigada pelo carinho de sempre.

Minha chave pix: contato@fuigosteicontei.com.br

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33 respostas

  1. Muito interessante as informações. Dá uma ideia muito boa de como se programar a viagem.
    As fotos são empolgantes.
    Conheço o Acre, mas apenas Rio Branco (vale a pena conhecer), Xapuri (terra de Chico Mendes, Jatene, Passarinho e Osmarina, também não se pode deixar de visitar), Epitaciolândia e Assis Brasil.
    moramos em Lauro de Freitas, BA e, em 2012, saímos de carro de casa e fomos até Trujillo (Peru), passando por Cuzco, Macchu-Pichu, entre outros locais: 29 dias, 15.500 km ida e volta.
    Viajar de carro é muito bom…

    1. Mais uma coisa: é possível localizar o marco do extremo oeste? Isto é, aquela marca de concreto que geralmente é colocado nesses pontos geográficos de referência? Saudações, Marcelo.

      1. Sim, foi uma viagem inesquecível, inclusive por ter sido realizada em família: eu, a esposa e casal de dois filhos pequenos.
        Estamos programando para irmos fazer esse passeio que você fez até a nascente do Rio Moa. Quem sabe no ano que vem ou no seguinte.

      2. Gostei do artigo e de todas as dicas que estão lá. Certamente, serão nossas referências! Um abraço.
        Marcelo e Família.

    1. O Acre é um desafio para nós conhecermos e estamos fazendo por partes: já fomos em Rio Branco, Xapuri, Epitaciolândia e Assim Brasil. Ficou faltando Tarauacá, Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima… quem sabe será em breve!

  2. Máximo Carla.
    Único estado que não conheço.
    A maioria das minhas viagens foi a trabalho mas sempre aproveitei o tempo para conhecer e estudar a cultura.
    Agora vou fazer esse caminho a passeio como aposentado.
    Mas preciso convencer a Marcia minha mulher que adora uma praia.
    Parabéns pelo seu trabalho.
    Paulo

    1. Ei, Paulo!
      Vale muito a pena conhecer o Acre. Nao tem praia, mas tem muitos rios, tem a Amazônia, tem uma culinária excelente, tem um povo muito receptivo. Espero que a Marcia tope te acompanhar nessa!

    1. Oi, querida!
      Olha, acredito que os custos seriam bem altos pois você teria que contratar um barco sozinha, por exemplo.
      Nao tive medo em momento algum, mas como sao lugares muito isolados, eu me sentiria melhor indo em companhia de outra pessoa.

  3. Olá, Carla! Super completa a sua descrição do passo-a-passo necessário ao planejamento de uma empreitada ao extremo oeste do Brasil. Uma coisa, se puder me orientar, apesar de que vi suas fotos na mais extrema descontração. – tranquilo para ir com família, até o parque, à nascente, ao extremo. Grato. ABS.

    1. Ei, Wildes! Tudo bem?
      Que legal que gostou do relato.
      Não entendi bem a sua pergunta. Mas é um lugar bastante simples, como relatei. Se vocês forem aventureiros, estou segura de que será uma viagem e tanto!
      Beijos!

  4. Olá Carla!
    Parabéns pelo post, bem completo 🙂
    Eu passei no PNSD no fim de abril de 2017, estou vendo pela data de publicação que quase nos esbarramos por aí rs. Me hospedei no Miro pagando o valor que vc comentou; hoje acho que a “pensão completa” está por volta duns R$100 já.
    Pena que vc não teve tempo de fazer o passeio da Cachoeira Formosa; é a mais espetacular da região. São umas 4h de ida e mais 4h de volta (da pra fazer no dia, ou pernoitando ao lado da cachoeira), e é obrigatório que o guia seja alguém da comunidade, para o qual vc paga R$100. A trilha não é simples, pois tem que travessar vários rios (muitas vzs pelo meio da água mesmo) e muita mata virgem.
    Ah, meu barqueiro foi o Gilson, que me levou de voadeira, não de rabeta (demorou 7h o percurso)! E ainda era coberta para não ter que se preocupar com a chuva ;P
    Quanto a algumas dúvidas que li nos comentários:
    – Mariana, eu fiz a viagem sozinho, e como a Carla disse, fica bem mais caro, especialmente por conta do valor do combustível (R$600 aprox), ao não poder dividí-lo com ninguém. Mas valeu cada centavo.
    – Marcelo, desconheço se existe esse tal de “marco” físico na fronteira, mas eu perguntei se dava para chegar até ela, e me falaram que demora mais de 1 dia de barco pelo rio Moa (fora que esse não seria exatamente o ponto mais ocidental). Resumindo, se é que existe, chegar nele deve ser uma odisseia rsrs
    Beijos de Barcelona!

  5. Parabens pelo relato e o amor pelo estado do ACRE …….resido na regiao Nordeste e fico feliz em saber que o BRASIL nao e so PRAIAS…..valeu.!!!!

  6. Serra do Moa sera um excelente lugar para visitar no pós pandemia. Reequilibrar as energias, a vida e ver coisas lindas se ainda não conhece a Amazônia. Sou guia de turismo no Acre e te afirmo Carla, tem muita coisa linda ainda que você precisa vivenciar aqui. Volte mais vezes e descubra o inimaginável, rsss.
    Abs.

  7. Obrigado pelo relato, me ajudou. Eu fui em agosto/22 e algumas coisas mudaram:
    – ônibus de Rio Branco para Cruzeiro do Sul demora de 13h a 15h, estrada péssima; duas empresas, Transacreana (nem sempre tem leito) e PetroAcre, +-R$190 por trecho;
    – de Cruzeiro do Sul ainda tem que ir para Mâncio Lima (44 km), tem poucos ônibus, a opção é táxi, R$120 por carro (então pode dividir com outros), mesmo assim, tem que combinar antes, não é sempre que acha um disponível;
    – em Mâncio Lima, não vi tantas opções de barco, no estilo chega e escolhe um, tem que combinar antes; realmente demora 8h-9h (a volta é mais rápida) até a Serra do Divisor e o barco que eu fui era confortável, coberto, banco acolchoado e com encosto;
    – agora, existem 3 pousadas: Miro, Canindé da Serra e Caminhos da Cachoeira (antiga do Edmilson); todas com energia elétrica e wifi;
    – todas as cachoeiras são relativamente baixas com poços pequenos;
    – a trilha para cachoeira Formosa está boa, fizemos em 3h07min (para ir e mesmo tempo para voltar)

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